Num momento em que existe a percepção (precipitação) generalizada de que o cinema português se tem acercado da memória da guerra colonial, em "Os Imortais" essa questão é tão lateral e indiferenciada (não se distingue nada de específico na guerra tal como ela surge brevemente retratada) que parece pouco viável encará-lo como um filme sintomático. De resto, a acção do filme de Vasconcelos situa-se no pós-guerra, lidando com as consequências dessa memória num grupo de ex-comandos no que fica com um mero esboço do que seria, porventura, mais interessante: um retrato de conjunto de uma virilidade crispada, confrontada com os fantasmas da guerra. Sente-se que o realizador quer dar um fôlego maior, mas as costuras ficam à mostra. E nada justifica tanto "Os Imortais" como a notável presença de Nicolau Breyner, que confere ao filme uma outra dimensão, à falta de melhor termo, mais humana.
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