A posição do Tribunal do Colectivo - encarregue de julgar o caso que tem início previsto para amanhã - surgiu na sequência dos apelos do sindicato à transparência do processo.

No início do mês, o sindicato propôs ao tribunal a criação de uma "pool" de jornalistas para assistir aos julgamentos do processo Casa Pia, caso não fosse possível a presença de todos os representantes dos órgãos de informação.

No entanto, o tribunal considerou que "dada a idade das vítimas, a natureza dos ilícitos em causa e a vontade do arguido de falar amplamente e sem restrições", o processo irá decorrer à porta fechada.

Cada audiência será, no entanto, acompanhada pelo adjunto para a imprensa do gabinete do presidente do Supremo Tribunal de Justiça que dará a conhecer o andamento da audiência através de uma comunicação aos jornalistas no final de cada sessão, adiantou o sindicato, citando o tribunal.

A decisão judicial é considerada pelo organismo representativo dos jornalistas como "um pequeno avanço no sentido de uma maior abertura da actividade judiciária à missão dos jornalistas", tendo apelado a uma duplicação do "escrúpulo profissional e empenhamento deontológico" dos jornalistas.