Tal como no Campeonato do Mundo de 1990 (em Itália), a sorte nos penaltis revelou-se madrasta para os ingleses, que soçobraram perante os alemães nas meias-finais. A eliminação desta vez havia sido vaticinada já em 1990, quando Gary Lineker, após perder nas grandes penalidades para os germânicos, saiu-se com a célebre frase: "O futebol são 22 jogadores e no final ganha sempre a Alemanha".

O Europeu de 1996 recebeu 16 selecções, recorde de sempre numa fase final de uma grande competição, dobrando o número de inscritos das provas anteriores. As equipas ficaram divididas em quatro grupos de quatro, com a classificação dos dois primeiros para os quartos-de-final, uma medida inédita implementada neste torneio. Mais: estavam presentes todas as selecções favoritas, tornando o Euro num "Mundial"... sem o Brasil e a Argentina.

Na "poule", a Alemanha realizou um percurso sem faltas: duas vitórias confortáveis contra a República Checa (que seria o seu adversário na final) e Rússia para assegurar um confronto sem receios no último encontro da primeira fase frente à Itália (0-0). Mais impressionante foi a caminhada da Inglaterra, apoiada fervorosamente pelos seus adeptos, que superou o seu grupo ante a Suíça (1-1) e Escócia (2-0), terminando a esmagar a Holanda (4-1). Nos quartos-de-final, haveria ainda de vencer a Espanha, nas grandes penalidades.

No Grupo D, Portugal terminou na frente. Começou com um empate frente à Dinamarca, campeã em título (1-1, golo de Sá Pinto), bateu a Turquia (1-0, Fernando Couto) e goleou a Croácia, por 3-0 (Figo, João Pinto e Domingos). Na outra tabela, França e Espanha ultrapassaram a Bulgária e Roménia.

Os quartos-de-final ficaram marcados pela eliminação de Portugal. Depois de uma primeira fase em grande estilo, o confronto com a Rep. Checa dava o favoritismo aos portugueses, elogiados pelo seu futebol-espectáculo. Mas o minuto 52 foi fatídico para as aspirações nacionais: Vítor Baía estava adiantado e Poborsky (jogador que viria mais tarde a assinar contrato com o Benfica) fez um "chapéu" perfeito, lembrando Panenka vinte anos antes na final contra a Alemanha.

A França, que havia eliminado a Holanda nos penaltis nos "quartos", não resistiu aos checos nas grandes penalidades no acesso à final. Em Wembley, e sem a selecção da casa, o protagonismo ficou entregue à Alemanha (de volta ao estádio onde em 1966 perdeu a final para os ingleses) e à Rep. Checa.

A selecção de Vogts partiu como grande favorita para o último jogo, mas Berger colocou a "Mannschaft" em sentido. Um penalti convertido aos 53' fez os checos regressar à gloriosa final de há vinte anos, mas ao contrário dessa noite, os alemães deram a volta ao resultado e venceram, vingando o 20 de Junho de 1976, em Belgrado. Agora em Londres, os alemães não falharam.

A decisão do técnico germânico foi preciosa: fez Bierhoff sair do banco para substituir Scholl - o avançado da Udinese marcou dois golos. O primeiro aos 73' e o outro, de "ouro" e fatal, cinco minutos após o início do prolongamento, com um remate cruzado a passar entre as mãos escorregadias de um surpreendido Kouba. Depois das conquistas em 1972 e 1980, a Alemanha voltou aos títulos.

Inglaterra - 1

(Shearer 23)

Suíça - 1

(Turkylmaz pen. 82)

Holanda - 0Escócia - 0

Holanda - 2(Jordi Cruyff 66, Bergkamp 79)
Suíça - 0

Inglaterra - 2(Shearer 52, Gascoigne 79)
Escócia - 0

Escócia - 1(McCoist 36)
Suíça - 0

Inglaterra - 4(Shearer pen. 23, 57, Sheringham 51, 62)
Holanda - 1
(Kluivert 78)

1 - Inglaterra 7 pts.2 - Holanda 4 pts.
3 - Escócia 4 pts.
4 - Suíça - 1 pt.

Espanha - 1

(Alfonso 74)

Bulgária - 1

(Stoichkov pen. 65)

França - 1(Dugarry 25)
Roménia - 0

Bulgária - 1(Stoichkov)
Roménia - 0

França - 1(Djorkaeff 48)
Espanha - 1
(Caminero 85)

França - 3(Blanc 20, Penev n.p.b. 62, Loko 90)
Bulgária - 1
(Stoichkov)

Espanha - 2(Manjarin 11, Amor 84)
Roménia 1
(Raducioiu 29)

1 - França 7 pts.2 - Espanha 5 pts.
3 - Bulgária 4 pts.
4 - Roménia 0 pts.

Alemanha - 2

(Ziege 26, Moller 32)

República Checa - 0

Itália - 2(Casiraghi 5, 52)
Rússia - 1
(Tsymbalar 20)

República Checa - 2(Nedved 5, Bejbl 36)
Itália - 1
(Chiesa 18)

Alemanha - 3(Sammer 56, Klinsmann 77, 90)
Rússia - 0

Itália - 0Alemanha - 0

República Checa - 3(Suchoparek 7, Kuka 19, Smicer 89)
Rússia - 3
(Mostovoi 49, Tetradze 54, Beschastnikh 85)

1 - Alemanha 7 pts.2 - República Checa 4 pts.
3 - Itália 4 pts.
4 - Rússia 1 pt.

Dinamarca - 1

(B. Laudrup 22)

Portugal - 1

(Sá Pinto 53)

Croácia - 1(Vlaovic 85)
Turquia - 0

Portugal - 1(Fernando Couto 66)
Turquia - 0

Croácia - 3(Suker pen. 53, 89, Boban 80)
Dinamarca - 0

Portugal - 3(Figo 4, João Pinto 33, Domingos 83)
Croácia - 0

Dinamarca - 3(B. Laudrup 50, 84, A. Nielsen 69)
Turquia - 0

1 - Portugal 7 pts.2 - Croácia 6 pts.
3 - Dinamarca 4 pts.
4 - Turquia 0 pts.

Inglaterra - 0

Espanha - 0

(Inglaterra venceu na marcação de grandes penalidades 4-2)

França - 0Holanda - 0
(França venceu na marcação de grandes penalidades 5-4)

Alemanha - 2(Klinsmann pen. 21, Sammer 59)
Croácia - 1
(Suker 51)

República Checa - 1(Poborsky 53)
Portugal - 0

República Checa - 0

França - 0

(República Checa venceu na marcação de grandes penalidades 6-5)

Alemanha - 1(Kuntz 16)
Inglaterra - 1
(Shearer 3)
(Alemanha venceu na marcação de grandes penalidades 6-5)

30 de Junho de 1996

Estádio de Wembley, Inglaterra

76 mil espectadores

Alemanha - 2(Bierhoff 73, 94 - golo de ouro)
República Checa - 1
(Berger pen. 58)

Alemanha:Kopke; Babbel, Sammer, Helmer, Struntz, Hasler, Eilts (Bode 46), Scholl (Bierhoff 69), Ziege, Klinsmann, Kuntz

República Checa:Kouba; Hornak, Rada, Kadlec, Suchoparek, Poborsky (Smicer 88), Nedved, Bejbl, Nemec, Berger, Kuka