Síria desmente entrega de armamento ao Iraque
Donald Rumsfeld afirmou hoje que têm passado a fronteira sírio-iraquiana carregamentos de equipamento militar e que Damasco seria responsabilizado por estes "actos hostis".
"Essas entregas são uma ameaça directa à vida dos soldados da coligação", acrescentou o secretário da Defesa norte-americano. De acordo com Rumsfeld, entre o equipamento militar entregue às forças de Saddam Hussein estão óculos para visão nocturna.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio nega as acusações de Rumsfeld e afirma que Washington está a tentar desviar a atenção das baixas civis iraquianas causadas pela ofensiva militar contra o Iraque.
"Donald Rumsfeld tenta justificar o fracasso das suas tropas no Iraque com as condições meteorológicas e outras coisas, acusando outros países de fazerem passar equipamentos para o Iraque", acusou o ministério.
"As forças de invasão que lançam uma agressão flagrante contra o povo iraquiano destruíram instalações civis, casas, mercados, hospitais, museus e depósitos de alimentos e bombardearam autocarros civis e ambulâncias", acrescenta o documento.
Damasco denuncia os "crimes de guerra contra civis desarmados" e os "massacres" de mulheres e crianças iraquianas. A Síria, único membro árabe do Conselho de Segurança da ONU, sempre manifestou a sua oposição a uma intervenção militar liderada pelos Estados Unidos contra o Iraque.
No mesmo discurso, Rumsfeld alertou ainda o Irão contra todos os entraves que possa estar a colocar às operações norte-americanas no Iraque. O responsável acusou o Conselho Supremo da Revolução Islâmica, que é "treinado, equipado e comandado pelos Guardas da Revolução" iranianos, de pretender operar no Interior do Iraque, actividade que os Estados Unidos dizem "não estar a ajudar" as forças de coligação.
O Irão integra, juntamente com o Iraque e a Coreia do Norte, aquilo que o Presidente dos EUA, George W. Bush, considera ser o "eixo do mal", classificação instituída após os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001. Mais recentemente, terão sido acrescentados ao "eixo" inicial a Síria e a Líbia.