No final de uma reunião de mais de três horas, decorrida num hotel em Vila Franca de Xira, a ANCAVE recusou-se a prestar delcarações, limitando-se a ler um comunicado com as conclusões do encontro, depois de manifestar "profunda preocupação" como a "alegada utilização de nitrofuranos" tem sido tratada pelas entidades oficiais.

"As entidades oficiais optaram por mediatizar a questão, tornando públicos alegados resultados laboratoriais que, ainda hoje, continuam a ser escamoteados aos visados", começou por ler Manuel Lima, um dos responsáveis associativos.

Às autoridades competentes a ANCAVE exige ainda a "divulgação imediata do universo de todas as circunstâncias de tempo, modo e lugar das mesmas amostras sob suspeita, os métodos analíticos utilizados e as medidas tendentes à comprovação e despiste dos resultados obtidos". É pedida igulamente a "imediata notificação" de todos os visados, "de forma a permitir que estes, em sede própria, possam usar dos seus direitos".

"Resultando a presente questão de um rasteio iniciado em Março de 2002, entende a ANCAVE que a divulgação pública da indiciação da positividade e não quantificação dos resultados nos inícios de 2003 e as medidas de sequestro subsequentes, não constitui seguramente uma exemplar acção de defesa da saúde pública", aponta a associação, como ponto final da nota lida aos jornalistas.

O documento, aprovado por unanimidade pelas quatro dezenas de associados da ANCAVE presentes na reunião, foi também aclamado por mais de uma centena de produtores e criadores que se deslocaram a Vila Franca de Xira.

A ANCAVE vai enviar o documento ao ministro da Agricultura e à Direcção-Geral de Veterinária.

Até agora, o ministério da Agricultura divulgou o nome de 16 explorações onde a presença de nitrofuranos foi confirmada pelo Laboratório Nacional de Investigação Veterinária. Algumas dezenas de explorações estão ainda sob sequestro.