Spielberg está definitivamente mais solto (e mais interessante). "Apanha-me Se Puderes" é um objecto de "design" (e o genérico um mimo) bem lapidado e com um belo "package" (desde o "décor" à banda sonora). É a história de um vigarista – que mesmo quando é apanhado levará a melhor – e, portanto, estava mesmo a pedir um tratamento lúdico, com a "souplesse" de um Scorsese na fase "Goodfellas". É um filme solar e "cool" (e também por isso, o habitual sentimentalismo em torno do núcleo familiar está mais contido), depois do negrume de "A.I." e "Relatório Minoritário" – que talvez sejam mais essenciais, mas "Apanha-me Se Puderes" entra directamente para a lista dos prazeres cinematográficos.
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