Áustria participou na espoliação de judeus

De acordo com um estudo realizado por uma comissão de 160 historiadores e cientistas, que investigou durante cinco anos as "expropriações ocorridas sob o regime nazi e as compensações acordadas pela república [austríaca] após 1945", a população austríaca "participou largamente" nas espoliações ao lado do Estado.

"Os interesses do Estado e dos indivíduos eram os mesmos. Além do antisemitismo e do racismo, [os austríacos] foram conduzidos pelo enriquecimento pessoal e pelos interesses económicos: tomada do controlo de sociedades, eliminação da concorrência económica e financiamento da guerra", conclui o documento, com 14 mil páginas.

O relatório sublinha que a Áustria se sente "desculpada" pelo seu passado nazi após a "declaração de Moscovo de 1943", onde os aliados qualificavam a Áustria como a "primeira vítima da política de agressão" de Adolf Hitler.

"A espoliação de pelo menos 200 mil judeus que viviam na Áustria antes da Segunda Guerra Mundial foi a primeira no sentido da sua exterminação pelos nazis", afirmou na apresentação do relatório Clemens Jabloner, presidente da comissão criada em 1998 pelo Governo austríaco.

O responsável realçou ainda que a "Áustria recusou o princípio de co-responsabilidade nos crimes nazis e nas suas consequências" e a restituição dos bens roubados pelo Estado austríaco.

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