Mas em "About Schmidt" gosta-se mais de Jack porque ele despiu-se de Jack Nicholson (ou vice-versa). Despiu a farda e ficou quase sem nada, sem aquilo que, à sua personagem, dava a aparência de que as coisas faziam sentido. Schmidt é um reformado dos seguros a quem morre a mulher e de quem a filha, prestes a casar, quer manter distância. Fica com uma roulotte, ao volante da qual percorre o "midwest". Para esta caminhada de perda, Nicholson inspirou-se na performance do mudo (Harold Lloyd). Fala-se de Jack, mas é preciso falar de Alexander Payne, um daqueles jovens cineastas americanos fascinados pelo cinema dos anos 70, que antes de ter a ousadia de contratar Nicholson reviu todos os filmes do actor dessa década. Mas também viu "Morangos Silvestres", de Bergman. E fala-se de tristeza e de solidão, mas "About Schmidt" é uma comédia. Daquelas que são sacadas ao desconforto, e em que se equilibram o "pathos" e o riso de forma silenciosa, dando espaço às personagens, o que torna universais as suas excentricidades.
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