Instituto da Água denunciou problemas na barragem do Lapão há um ano

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As chuvas dos últimos dias encheram a barragem até à cota máxima Lusa

O ministro do Ambiente, Isaltino de Morais, que hoje visitou a barragem, revelou aos jornalistas que o Inag detectou em Janeiro de 2002 anomalias na barragem do Lapão, aconselhando que a estrutura não enchesse a partir da cota 214.

Mas com o mau tempo da semana passada, a chuva encheu a barragem de terra e a cota máxima esteve perto de ser atingida, o que fez temer pela segurança da barragem e das povoações vizinhas.

Neste caso, os problemas do Lapão dizem respeito ao Ministério da Agricultura, proprietário da albufeira, sob a alçada da Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral. Ontem, o ministro Sevinate Pinto anunciou o arranque de um inquérito para apurar responsabilidades.

Isaltino Morais frisou, ainda assim, que "de uma forma geral, em matéria de segurança de barragens os portugueses podem estar tranquilos, porque as entidades competentes fazem o acompanhamento e a fiscalização das mesmas". O ministro adiantou que só no último ano foram vistoriadas "mais de 500" barragens, acrescentando que foram detectadas irregularidades em 36 - cujos responsáveis já foram notificados para procederem às correcções - e que apenas duas tiveram de ser esvaziadas.

"As anomalias [na barragem do Lapão] que agora vêm ao de cima já estavam detectadas há uns meses pelos serviços competentes", referiu, acrescentando que agora é necessário apurar as causas de instabilidade.

A situação no Lapão está praticamente resolvida, visto que ontem foi feito um corte no descarregador de superfície, o que permitiu reduzir em 33 por cento a água retida na albufeira e que "fez desaparecer, praticamente na totalidade, o risco de colapso da barragem", assegurou o ministro.