Podem colocar-se objecções ao filme: fica aquém da violência da ficção de Agustina, propõe soluções de duvidosa eficácia para algumas situações, incluindo a cena do incêndio, tem na protagonista uma actriz de reduzidos recursos, demasiado rígida e óbvia. E, no entanto, trata-se de um regresso a uma dimensão essencial do universo cinematográfico do cineasta: um Oliveira "puro e duro", como "Francisca", o filme com que mais se parece, sem lhe atingir as perfeições e paroxismos, ou "O Convento". Não se trata apenas da teatralidade e do recurso a um hieratismo em função da câmara, há também o ritmo lento e pesado, os planos longos e arrastados a marcar a força telúrica daquele mundo. Em resumo: um grande Oliveira com algumas (graves?) imperfeições.
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