Secar a peça de Oscar Wilde e transformá-la numa maçada monumental é um bico de obra, de tal modo os diálogos são brilhantes, de tal maneira as personagens escalpelizam uma sociedade de ridículos e enganos. Ora, o filme de Oliver Parker consegue o quase impossível: o bocejo domina, as ideias para cinematizar a peça são, no mínimo, ridículas, desde a impensável tatuagem do nome de Ernest numa menina de alta sociedade, até ao logro final, ainda em volta do nome, que a peça dispensava. Para já não falar da patética fantasia pseudo-prérafaelita. A velhinha adaptação de Anthony Asquith funcionava porque aceitava o teatro filmado e possuía actores inultrapassáveis. Esta não é carne nem peixe e até mesmo Everett falha rotundamente o seu Algy. Salva-se Judy Dench e mesmo assim que saudades de Edith Evans.
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