Pode-se ser ordinário com graça, e até com um certo estilo, e o problema de "A Coisa Mais Doce" está mais na falta destes dois elementos do que na ordinarice - que até tem uma tradição relativamente nobre em Hollywood, tanto os Marx como Jerry Lewis pisaram muitas vezes o risco, para não falar de Lubitsch ou de Wilder. Roger Kumble, além de completamente desajeitado para o métier (é tudo muito mal filmadinho, graças a Deus), acredita que ser ordinário é igual a ser boçal. Faz mal, mas ainda faz pior por não ter a coragem (ou não a tem, ou não o deixam tê-la, vai dar ao mesmo) de levar a boçalidade até ao fim; é um pouco como no espírito MTV (de onde o filme deriva, claramente), em que somos todos muito rebeldes, muito rebeldes, mas quem disser um palavrão leva com um apito em cima. Aliás, aqui até há um equivalente desse apito, na "découpage" da cena em que Selma Blair fica entalada (por assim dizer). Enfim, passe-se à frente, na esperança de que Cameron Diaz daqui em diante encontre mesmo coisas mais doces do que esta.
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