Ex-delfim de Savimbi pede à ONU que estabeleça pontes entre a UNITA e o Governo de Angola

Chivukuvuku preconizou também o levantamento de certas categorias de sanções à UNITA, nomeadamente as respeitantes a viagens e contactos, de modo a facilitar o diálogo "com aqueles que podem ajudar o processo" de aproximação entre as duas partes em conflito.

Devido às acções políticas e às acções militares do Governo, observou o deputado angolano, a UNITA está muito desconfiada e receosa. Por isso, não tem sido capaz de expressar mais claramente à comunidade internacional as suas posições políticas. No seu entender, os radicais do MPLA acabarão por chegar à conclusão de que o sonho de uma solução militar não é viável: "Não pode haver um cessar-fogo unilateral em Angola; tem de ser um cessar-fogo bilateral. Necessitamos convencer o Governo de que nunca haverá uma solução militar".

Abel Chivukuvuku defende a integração nas Forças Armadas Angolanas dos militares da UNITA, sendo o total de efectivos progressivamente reduzido ao longo de 10 anos. Apelou igualmente a um sério debate nacional sobre a natureza do Estado a institucionalizar em Angola: "excessivamente centralizado ou mais equilibrado e descentralizado?"

Há alguns anos considerado potencial sucessor do fundador da UNITA, Chivukuvuku acredita que "Savimbi tem um grande papel a desempenhar". E acrescentou: "Cabe-lhe determinar que legado pretende deixar. Creio que pode deixar marcas positivas se o desejar, mas também que poderá deixar marcas negativas se assim o decidir".

O fim da guerra, crê Chivukuvuku, seria possível no decurso deste ano, de modo a que no próximo fossem preparadas eleições para 2004: "Desde que o Presidente José Eduardo dos Santos o queira e que o dr. Savimbi o queira, a paz poderá acontecer dentro de dois, três, quatro meses".

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