O que dizer às crianças perante uma tragédia?

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Muitas crianças confundem as imagens dos ataques com os filmes - aqui, uma cena de Assalto à Casa Branca, com Gerard Butler DR

“Crianças afectadas poderão subitamente comportar-se de uma forma mais infantil ou então ficar apáticas”, explicou Holly Harrington, directora do departamento da FEMA para crianças, que defende que cabe aos pais ajudar as crianças a falar sobre o assunto e assegurar-lhes que não existe nenhum perigo.

A pedopsicóloga Joana Espírito Santo explicou ao PÚBLICO que “o melhor nestas situações é explicar, adequando o nosso vocabulário aos mais novos e de uma forma simples, que há homens que querem fazer guerras”. Mas mais importante que explicar o que está a acontecer, segundo a especialista, é “repor para os adultos essa responsabilidade, explicando aos mais novos que são as pessoas crescidas que se devem preocupar e não eles”. “Os adultos têm que se mostrar adultos, porque quando não o fazem as crianças têm tendência a ocupar os seus lugares e essa não é a ordem natural”.

Joana Espírito Santo ressalva, contudo, que para “a maioria das crianças – habituadas a assistir cenas de guerra todos os dias na televisão – estes acontecimentos são como um filme”. Nestes casos, o melhor será não dizer nada e deixar a criança despreocupada.

Comportamentos a ter em atenção

- Mudança brusca de comportamento
- Pesadelos e sonhos maus
- Perda de confiança nos adultos
- Regressão a comportamentos abandonados (voltar a chuchar no dedo, urinar na cama durante a noite)
- Recusa em deixar os pais
- Preocupação sobre a vida de amigos e familiares

O que fazer

- Falar com as crianças sobre os sentimentos que as afligem
- Dar-lhes tempo para perceber o que as rodeia
- Assegurar-lhes que os adultos são perfeitamente capazes de lidar com a situação
- Mantê-los por perto
- Programar com eles tarefas a médio prazo (onde vamos no próximo fim-de-semana, ou no próximo mês)

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