Universidade Católica abre primeiro curso de Gestão Médica em Portugal

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Profissionais de medicina aprendem técnicas de gestão a partir do próximo ano lectivo PÚBLICO

Responsáveis da Ordem dos Médicos e da Universidade Católica assinaram no Porto um protocolo na presença da ministra da Saúde, Manuela Arcanjo, para criar já no próximo ano lectivo a primeira pós-graduação em Gestão Médica.Trata-se de um curso superior dirigido apenas aos profissionais de medicina que pretendam obter conhecimentos em todas as áreas da gestão (logística, marketing ou recursos humanos).
"O objectivo é formar médicos na área da gestão", disse ao PUBLICO.PT o responsável da Ordem dos Médicos do Porto, Miguel Leão. O dirigente contou que "há a convicção da Ordem dos Médicos de que um médico com competências técnicas de gestão estará mais apto para dirigir unidades de saúde".
O curso de Gestão Médica vai ter início em Setembro de 2001 no pólo de Gestão de Empresas e Tecnologia da Universidade Católica do Porto, terá a duração de um ano e o número de vagas anuais não ultrapassará as 35.
Apesar de ainda não estar estabelecida a propina que cada aluno terá que pagar - porque ainda não está definida a carga horária -, o director executivo do departamento de pós-graduações daquela universidade do Porto, Nuno Corto Real, adiantou que estão a ser programadas doze a 15 disciplinas anuais e que serão leccionadas em dois dias por semana, com um horário de doze horas semanais.
O corpo docente do curso de Gestão Médica faz parte dos quadros da Universidade Católica e a coordenação científica estará a cargo de Alberto Castro, director do pólo onde o curso decorrerá.
A Ordem dos Médicos entrou em parceria com a Católica, "porque houve mais facilidade de contactos pessoais", explicou Miguel Leão, que não afastou a hipótese de outras instituições terem também competências na área da promoção da gestão junto dos médicos.
Manuela Arcanjo considerou, por seu lado, que este curso é importante, uma vez que a maior parte dos problemas no sector passam pela gestão das unidades de saúde.
"Não é ao nível da prestação dos cuidados, da qualidade dos cuidados, dos conhecimentos médicos da nossa classe médica que os utentes se queixam. Queixam-se de muitos sinais que têm na sua base aquele que é um dos grandes problemas do nosso Serviço Nacional de Saúde: a organização e a gestão. Com o curso vamos ter melhores gestores e continuaremos a ter excelentes médicos", disse Manuela Arcanjo, citada pela TSF.

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