Fadistas cantam inéditos de Pedro Homem de Mello

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Nuno Archer, um dos organizadores desta evocação, diz que o seu objectivo é "lembrar uma figura importante da cultura portuguesa que, apesar de ter morrido só há seis anos, parece já esquecida". A verdade é que, pese embora a notoriedade que a voz de Amália deu aos seus poemas - e a fadista também lhe deve alguns dos maiores êxitos da sua carreira -, Pedro Homem de Mello já estava a ser esquecido em vida. Nos seus últimos anos, só publicava em edição de autor e andava ele próprio a vender os seus livros. A generalidade da crítica, com excepções como as de Mourão-Ferreira ou Couto Viana, tinha-o arrumado na insidiosa categoria de "bom poeta menor". Talvez o fosse. Mas quantos poetas maiores sobram, então, no século XX português?

As dezenas de livros que constituem a sua vasta obra poética encontram-se há muito esgotados. A Imprensa Nacional ainda publicou uma antologia dos seus melhores versos, mas também essa é hoje impossível de encontrar. A exemplo dos seus amigos fadistas, que hoje lhe prestam um justo tributo, não haverá, nos meios editoriais, quem lhe publique a obra completa? Essa sim, seria a homenagem que Pedro Homem de Mello merece.

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