O novo filme do novo Almodóvar (há um Almodóvar novo desde "A Flor do Meu Segredo", ou seja, de há três filmes para cá) é uma belíssima fábula sobre a família, contada a partir da evidência da "força do sangue" mas - é isso que o catapulta para muito alto - avançando para lá dessa evidência e tomando como decisivo tudo o que é mais forte que o sangue - a morte e os afectos, por exemplo. As personagens, todas elas, pelas mais diferentes razões, são uma espantosa colecção de "misfits", e sobre todas elas tem Almodóvar um olhar justíssimo, simultaneamente compassivo e enxuto. O melodrama, embebido das suas melhores tradições, ainda existe, portanto: transplantou-se para Espanha e tem em Almodóvar o seu principal cultor contemporâneo.
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