Anthony Minghella lança hipóteses de romanesco sobre a narrativa esquálida e amoral de Patricia Highsmith, e o resultado é um objecto híbrido. Por um lado, força alguns aspectos da obra de Highsmith (a hipotética homossexualidade de Ripley - mas o Ripley de Highsmith é, sobretudo, uma figura virginal), e desenvolve outras personagens que a escritora reduziu a pinceladas cruéis. Por outro, não tira consequências desse gesto, que se fica a meio caminho. As personagens de Gwyneth Paltrow e Jude Law, por exemplo, apesar de mais desenvolvidas, não deixam de ser figuras decorativas de um catálogo de moda. Quanto ao Ripley de Matt Damon a frieza amoral é substituída por uma tortura que o actor veste de forma desajeitada. É menos uma adaptação de "The Talented Mr. Ripley" do que mais um filme sobre ociosos "americans abroad".
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