Este regresso triunfante de Terrence Malick às lides cinematográficas lembra por oposição as epopeias de Samuel Fuller ou de Raoul Walsh, evoca o documentarismo ficcionado de Flaherty, passa em filigrana pela experiência de guerra, interiorizada e metafísica, de que "Apocalypse Now" é ainda o referente maior; apetece até arriscar tangentes com "A Saga de Anatahan" de von Sternberg, pela sua radical serenidade. E, no entanto, "A Barreira Invisível" não se parece com nada, num registo que mistura o literário e o filosófico com o risco do etnográfico para servir o excesso do humano. Pelas perplexidades de um filme que exige múltiplas visões passa, portanto, uma perturbação invisível que fica, incomoda, provoca. É talvez o maior elogio que lhe possamos fazer.
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