A peça foi escrita em 1939, embora tenha sido alterada no pós-guerra, e é uma alusão à relação entre negócio e guerra, onde uns morrem e outros sobrevivem. O enredo passa-se durante a Guerra dos Trinta Anos, no século XVII, apesar de ser conhecida pela sua intemporalidade."Descobri Mãe Coragem nas reportagens televisivas da Bósnia, da Croácia, do Kosovo, com as suas filas de refugiados famintos, de soldados atípicos, com os seus relatos de perseguições, mas também com os seus tráficos de armas, o mercado negro e o contrabando das pequenas quadrilhas", disse à Lusa Joaquim Benite, encenador da Companhia de Teatro de Almada.
Nesta peça, a indumentária das personagens é actual, a cenografia é típica de um teatro de guerra, com o predomínio do preto e do vermelho, a lembrar, respectivamente, a morte e o sangue.
"Mãe Coragem e os Seus Filhos" tinha sido representada há 14 anos, no Teatro Nacional D. Maria II, com Eunice Muñoz no papel principal. A personagem central concentra dois sentimentos conflituosos: o de vítima/mãe e pactuante/sobrevivente de guerra. Mãe Coragem tenta proteger os seus três filhos, mas não consegue por estar muito ocupada em sobreviver à guerra. Vende mercadorias aos soldados e acaba por perder os filhos.
O teatro conta com música tocada ao vivo, da autoria do compositor alemão Paul Dessau, com os actores a trautear as letras das canções que reflectem a violência da guerra.
A tradução do texto esteve a cargo de Ilse Llosa e as canções foram traduzidas por Jorge de Sena. A peça está em cartaz nos próximos dois meses.
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