EUA, Reino Unido, Holanda e França boicotam cimeira de investimento saudita

Muitos decidiram não participar, mas algumas empresas mantêm a sua presença – por exemplo, a Goldman Sachs, a Pepsi e a EDF.

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O príncipe Mohammed bin Salman no fórum no ano passado Reuters

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, e o ministro do Comércio britânico, Liam Fox, anunciaram que não vão à conferência de investimento organizada pela Arábia Saudita, marcada para a próxima semana em Riad. O motivo: as notícias que ligam o reino à morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi.

Khashoggi desapareceu depois de entrar no consulado saudita em Istambul, na Turquia, país que está a proceder a investigações. Algumas fontes turcas garantem que o jornalista foi morto no interior do consulado, a 2 de Outubro.

A Arábia Saudita nega ter tido qualquer papel na morte de Khashoggi e autorizou a entrada de investigadores turcos.

Ministros holandeses e franceses, assim como empresários e políticos de outros países, também já anunciaram que não vão ao fórum, que arrancou no ano passado e cujo objectivo é atrair investimento e promover a Arábia Saudita.

Há ainda um número de empresas que vão participar, apesar da pressão para o boicote da iniciativa – a Goldman Sachs, a Pepsi e a EDF.

Mnuchin anunciou a sua decisão depois de se reunir com o Presidente, Donald Trump, e com o secretário de Estado, Mike Pompeo, que nos últimos dias esteve na Arábia Saudita, onde se reuniu com o rei Salman, e na Turquia, para falar sobre o desaparecimento o jornalista.

Pompeo disse ter levado da Arábia Saudita a certeza de que o caso vai ser investigado e pediu a Trump “mais alguns dias” antes de decidir que linha de acção adoptar.

Mas a decisão de Mnuchin de não participar no fórum – o Future Investment Initiative, a que alguns dão o nome de “Davos do deserto” – é um revés para o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, o dinamizador do fórum e o governante que nos últimos anos se apresentou como o grande reformador saudita.

As organizações de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, os Repórteres sem Fronteiras e o Comité para a Protecção dos Jornalistas disseram entretanto que uma investigação apenas saudita não chega para apurar a verdade sobre o que aconteceu a Khashoggi.

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