Pai de Rosa Grilo acredita na inocência da filha e não conhecia alegado amante
Os dois detidos no homicídio de triatleta Luís Grilo começaram a ser ouvidos na tarde desta sexta-feira em Vila Franca.
A viúva do triatleta Luís Grilo e o alegado amante, detidos na quarta-feira pela Polícia Judiciária como suspeitos da prática, em co-autoria, de um crime de homicídio qualificado, começaram a ser ouvidos nesta sexta-feira no Tribunal de Vila Franca de Xira. Os dois chegaram ao tribunal cerca das 14h, conduzidos em duas viaturas da PJ, e começaram a ser ouvidos às 17h30. A sessão foi interrompida mais de três horas depois. A decisão final sobre as medidas de coacção caberá à juíza de instrução, Andreia Valadas, e deve acontecer no sábado.
Só depois de esclarecidos alguns factos relacionados com as procurações emitidas e com a definição dos advogados é que, a meio da tarde, foi possível decidir que Rosa Grilo e António Félix Joaquim (oficial de justiça no Tribunal de Pequena Instância de Lisboa) serão representados por Tânia Reis, advogada estabelecida em Alverca.
Durante todo dia aglomeraram-se largas dezenas de pessoas junto ao Tribunal de Vila Franca de Xira, despertas pelos contornos do caso e pelo seu acompanhamento mediático. A maioria, embora admitisse não conhecer os envolvidos, condenava o alegado comportamento da viúva e a forma como terá estado envolvida na morte de Luís Grilo, engenheiro informático de 50 anos, que desapareceu em Julho. Segundo a sua mulher — agora a principal suspeita do crime juntamente com o amante — saiu de casa para um treino de bicicleta e nunca mais voltou. Na realidade, o que se terá passado é que foi morto na sua residência com um tiro na cabeça. O corpo veio a aparecer 39 dias mais tarde em adiantado estado de decomposição, num terreno na zona de Aviz, concelho de que é oriunda a arguida.
“Não acredito na culpabilidade da minha filha"
Já cerca das 16h30, Américo Pina, pai de Rosa Grilo, aproximou-se da zona de acesso às celas do tribunal e trocou algumas palavras com os agentes policiais. “Não acredito na culpabilidade da minha filha. Não conheço nenhum casal tão amigo como a minha filha era com o marido”, garantiu, em declarações ao PÚBLICO, explicando que não sabe qual é o estado de espírito da filha, uma vez que não voltou a conseguir falar com ela desde que foi detida. Sobre o neto, de 12 anos, assegurou que está bem, mas lamentou que a polícia não lhe tenha dito absolutamente nada.
Américo Pina relatou ainda ao PÚBLICO ter dúvidas se conhece António Joaquim: “Não sei se alguma vez o vi. Se for quem eu penso, só o terei visto duas vezes." E continua: "A minha filha entrou aqui com a cara destapada, ele veio com a cabeça tapada”, comentou, revelando alguma hesitação sobre a alegada relação extraconjugal. Mas questionado sobre a possibilidade de o seu neto brincar com regularidade com o filho mais velho de António Joaquim, Américo Pina observou que “se for quem eu penso, é verdade que ia brincar lá a casa com o meu neto, os miúdos são amigos". Diz-se ainda revoltado com as declarações de populares, que terão referido que, como punição, se deveria lançar ácido sobre os olhos de Rosa Grilo.