A organização dos Jardins Efémeros lançou esta quarta-feira uma campanha que visa angariar, no mínimo, seis mil euros, durante dois meses, para esta iniciativa cultural que nos últimos verões tem animado o centro histórico de Viseu. Sandra Oliveira, da organização, explicou aos jornalistas que este ano os dez dias dos Jardins Efémeros terão um custo total de 185 mil euros, tendo 125 mil sido atribuídos pela Câmara de Viseu, no âmbito do primeiro concurso público municipal de apoio à cultura e à criatividade.
Segundo a responsável, o custo real do projecto é de cerca de 330 mil euros, mas, deduzindo os apoios dados por artistas e algumas empresas, custará 185 mil euros (no ano passado tinha custado 190 mil). "A câmara fez um corte (no apoio) de quase 40% e passou para 125 mil euros, o que inviabilizava o projecto tal e qual como nós achamos que deve ser para ter projecção em termos nacionais e internacionais", referiu.
Apesar de algumas ajudas já conseguidas de empresas e de outras que estão apalavradas, neste momento ainda faltam 22 mil euros e, por isso, a organização decidiu lançar a campanha de "crowdfunding" intitulada "A minha cidade é o meu jardim".
"Se não conseguirmos esse valor, temos nós que nos responsabilizar pelos contratos que já fizemos", explicou, mostrando-se, no entanto, optimista com os resultados. Sandra Oliveira considerou não fazer sentido que a participação das pessoas nas actividades dos Jardins Efémeros seja paga. "Temos que ser fiéis aos nossos pressupostos e ao projecto. Não queremos que seja paga qualquer actividade nos Jardins Efémeros", frisou.
A programação da quinta edição dos Jardins Efémeros — que vai realizar-se de 3 a 12 de Julho — será dada a conhecer dentro de um mês. Sandra Oliveira avançou que será muito centrada em "tudo o que é laboratorial e muito experimental" nas áreas da música e das artes visuais, tendo como tema "a luz da cidade como matéria plástica, matéria visual, mas fundamentalmente a luz do iluminismo".
O objectivo é perceber, "num período em que o mundo e os pressupostos teóricos da dimensão humanista e iluminista estão a ruir", o que é que os cidadãos, os artistas, os investigadores e as associações têm a dizer, acrescentou. Projecto da Pausa Possível — Associação Cultural e de Desenvolvimento, os Jardins Efémeros transformam o centro histórico de Viseu num cenário de "jardim babilónico" que acolhe actividades de criadores nacionais e internacionais.