Ao mesmo tempo que são reveladas as quebras de venda no último trimestre de 2017 da H&M, a gigante sueca divulga os planos para a abertura de uma nova marca para vender roupas a preço de desconto, a Afound. De acordo com a empresa, os resultados menos bons estão directamente relacionados com o retalho em loja.
Além de peças da H&M, a Afound vai ter também produtos de outras marcas do grupo Hennes & Mauritz, incluindo, por exemplo, a Arket, um dos dois mais recentes lançamentos. O grupo sueco detém ainda outras marcas como a Cheap Monday, & Other Stories e COS – sendo que apenas esta última tem loja em Portugal, em Lisboa.
A primeira loja será lançada este ano em Estocolmo, a par de uma loja digital na Suécia, avança o El País. A empresa não revelou muitos pormenores sobre o projecto, mas nas redes sociais da Afound é possível ler: “Felicidade é saber que vamos ver-nos em breve.”
“Aquilo que fazemos é dar à roupa vida nova. Percorremos o mundo em busca de pedras preciosas, escolhemos à mão as nossas favoritas e reduzimos o preço antes de vos apresentarmos os nossos achados. Alguns talvez nos chamem um outlet, outros talvez heróis dos nossos tempos. Mais para a frente, este ano, vamos oferecer negócios fantásticos de marcas de moda cuidadosamente escolhidas”, lê-se ainda na apresentação da nova marca.
Queda em 2017
A cadeia de lojas de roupa que ocupa o segundo lugar a nível mundial, em termos de vendas, registou a sua maior queda trimestral de sempre em 2017, avança a Bloomberg. Os lucros antes de impostos caíram 34% no último trimestre do ano fiscal que terminou em Novembro, para 4,9 mil milhões de coroas suecas (501,8 milhões de euros), precisa a Fortune.
De acordo com a Bloomberg, o lucro operacional da marca teve uma queda geral de 14% no mesmo ano fiscal, resultando em 20,6 mil milhões de coroas suecas (2,1 mil milhões de euros). Também as acções da empresa tiveram uma enorme queda em bolsa no último ano, superior a 40%.
Sobre os resultados do ano passado, o director executivo da H&M, Karl-Johan Persson, disse em comunicado, citado pelo Daily Mail, que 2017 foi um ano em que a marca deu “passos em frente” e preparou algum “trabalho de base para o futuro”, mas que também fez “alguns erros” que desacelerou o seu crescimento.
“A indústria da moda está a mudar rapidamente. No cerne da transformação está a digitalização, e esta está a levar à necessidade de transformar e de repensar mais e mais rápido”, acrescentou ainda.
Mais recentemente, a imagem da marca sofreu também com o escândalo do menino negro que foi fotografado para uma campanha com uma camisola onde estava escrito “o macaco mais cool da selva”. Várias pessoas acusaram a H&M de racismo e o incidente levou, inclusive, a que o artista The Weeknd se recusasse a trabalhar mais com a marca e a que manifestantes na África no Sul vandalizassem algumas lojas da cadeia durante dias.