Lembra-se do "Unabomber"? Se não (ou se sim), há uma série
Manhunt: Unabomber é uma série a duas velocidades do Discovery e distribuída pelo Netflix. Dois tempos, o antes e o depois da captura de um sofisticado assassino em série, com Sam Worthington e Paul Bethany.
Uma série sobre um crime real, um crime muito mediático. Que culminou na década de 1990. Nos EUA, esse país tão hábil a baptizar os seus serial killers - e a explorar as suas histórias, tornando-as em séries de sucesso como é tendência nos últimos anos. Agora é a vez do "Unabomber", aliás Ted Kaczynski, bombista que entre o final dos anos 1970 e a década de 1990 feriu 23 pessoas e matou outras três. Manhunt: Unabomber, é também a entrada do canal Discovery na competição das séries dramáticas de prestígio, e a Netflix a servir de seu distribuidor internacional.
Estreada em Dezembro no Netflix, Manhunt: Unabomber é uma série a duas velocidades. Os últimos meses de caça ao homem, por um lado, mostrando como o FBI procurava um homem ignorante e depois encetou uma busca por um intelecto refinado, capaz de redigir o famoso manifesto enviado ao New York Times. Essa é a primeira mecha da narrativa, que avança, alternando, dois anos para o momento em que é preciso bater o homicida no seu próprio jogo - fazê-lo confessar, evitando que use o palco mediático para pregar à sociedade que considera ser povoada por carneiros dependentes das máquinas.
Uma espécie de procedural criminal em versão “nova TV”, surge na esteira de American Crime Story: O Caso de O.J. e semanas antes da iminente American Crime Story: O Assassinato de Versace. Ambas nos anos 1990, suficientemente frescas para a memória de um punhado de gerações, suficientemente novas para os que só ouviram falar de histórias viciantes que se desenrolaram na TV há 25 anos - mas nas notícias.
Com Paul Bettany como o Unabomber e Chris Noth como o agente do FBI que lidara a investigação, a série é protagonizada por Sam Worthington (Avatar) como Jim “Fitz” Fitzgerald, um profiler incorruptível e pioneiro. A série não é sempre segura no refinamento e no argumento, apontam alguns críticos, mas é também uma boa surpresa.
Ted Kaczynski matava pelo correio, enviando encomendas armadilhas. Conseguiu escapar às autoridades durante duas décadas. Visto como um eremita louco, a série inclina o prisma para ver as origens da mente criminosa, mas também a sua sofisticação.