Cerca de meia centena de trabalhadores da Raríssimas concentraram-se esta quarta-feira em frente à Casa dos Marcos, num protesto contra a presença da ex-presidente da associação Paula Brito e Costa, que esta manhã se apresentou para trabalhar nas instalações na Moita, com o filho e o marido.

A ainda directora-geral da Casa dos Marcos, o principal projecto da associação, saiu das instalações por volta das 17h15, de carro. O seu lado, o marido escondeu completamente a cara com o capuz de um casaco. Logo a seguir saiu outra viatura conduzida pelo segurança com o qual Paula Brito e Costa se apresentou na Casa dos Marcos pela primeira vez depois de ter pedido a demissão, no dia 13, na sequência de uma reportagem da TVI sobre alegada gestão danosa.

Os trabalhadores em protesto - 50 dos 130 funcionários, segundo números da RTP - reuniram-se, já por volta da hora de almoço, com o gabinete financeiro da instituição.

Os serviços mínimos de tratamento e cuidados aos utentes foram assegurados, garantiram. "Estamos em protesto pela presença na Casa dos Marcos de uma pessoa em cujas atitudes não nos revemos. Não queremos trabalhar com esta pessoa", disse à Lusa Inês Pedro, funcionária da associação.

Os funcionários reclamam desde a semana passada que o Governo nomeie uma comissão de gestão que permita o acesso às contas bancárias da instituição, alertando que podem ficar sem dinheiro para pagar compromissos financeiros.

A presidente demissionária da Raríssimas esteve no átrio a observar os trabalhadores que durante a manhã estiveram concentrados à porta da instituição. Paula Brito e Costa, que se demitiu da presidência da Raríssimas mas se manteve como directora-geral da Casa dos Marcos, está actualmente sob escrutínio.

A Casa dos Marcos é o principal projecto da Raríssimas, tendo unidades de consultas, fisioterapia, cuidados continuados e lar residencial, entre outras.