Quatro candidatos do Eurogrupo já são oficiais
Eleição será feita por maioria. Centeno precisa de 10 votos entre os 19 ministros das Finanças da zona euro.
Mário Centeno e os ministros do Luxemburgo, Eslováquia e Letónia são os quatro candidatos oficiais à presidência do Eurogrupo, anunciou esta quinta-feira à tarde a entidade que reúne os ministros das Finanças da zona euro.
Num comunicado que confirma as informações que já circulavam em diversas capitais da Europa, o Eurogrupo, actualmente liderado pelo ministro das Finanças holandês Jeroen Dijsselbloem, revela que os candidatos formais à presidência são Mário Centeno, o luxemburguês Pierre Gramegna, o eslovaco Peter Kazimir e a letã Dana Reizniece-Ozola.
No comunicado é explicado que a eleição, que decorrerá na próxima segunda-feira na reunião do Eurogrupo em Bruxelas, será realizada através de voto secreto, com o vencedor a ser encontrado por maioria simples. Isto é, o candidato vencedor será aquele que, a determinado momento, conseguir pelo menos 10 dos 19 votos em disputa.
Se no final da primeira ronda de votações nenhum dos candidatos conseguir cumprir essa condição, cada um deles irá ser informado sobre o número de votos que obteve (não saberá os votos dos outros), sendo-lhe dada a oportunidade de retirar a sua candidatura. De seguida, far-se-ão mais votações até que uma maioria seja encontrada.
O novo presidente entrará em funções no dia de retirada de Jeroen Dijjselbloem, marcada para 13 de Janeiro de 2018. Será a terceira pessoa a ocupar o cargo. A primeira, antes de Dijjselbloem foi o luxemburguês Jean-Claude Juncker, que é actualmente o presidente da Comissão Europeia. O presidente do Eurogrupo ocupa o cargo em simultâneo com a função de ministro das Finanças do seu país.
Nesta fase, Mário Centeno é visto como o candidato mais forte à vitória. Apresenta a vantagem de ser de um Governo pertencente à família socialista europeia, que, no equilíbrio tradicionalmente estabelecido com a família de centro-direita, está neste momento em défice de cargos importante. Dijjselbloem também pertencia à família socialista e parece haver um entendimento entre os diversos governos de que o cargo se mantenha no mesmo partido.
Além disso, conta o facto de vir de Portugal, um país que, com a saída de Vítor Constâncio do BCE em 2018, não terá qualquer cargo relevante na UE e que é muitas vezes apresentado como um exemplo de como é possível, dentro da zona euro, sair da situação de grave crise em que se encontrava.
O eslovaco Peter Kazimir também cumpre o requisito de ser socialista. No entanto, não só o seu recente desempenho durante a presidência eslovaca da UE foi considerado decepcionante, como a sua posição bastante agressiva em relação à Grécia retirou-lhe apoios importantes. O luxemburguês Pierre Gramegna e a letã Dana Reizniece-Ozola são de famílias políticas diferentes da socialista, o que em princípio lhes retira força no actual contexto.