Consumo de antibióticos volta a aumentar em Portugal

Em 2015, tinham sido dispensadas no país 2,14 embalagens por mil habitantes. No ano passado, a média cresceu para 2,16 por mil habitantes.

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A Klebsiella pneumoniae e a E.col são responsáveis por surtos de infecções em hospitais Nuno ferreira santos

O consumo de antibióticos comprados nas farmácias voltou a aumentar em Portugal em 2016 pelo terceiro ano consecutivo, indicam os dados divulgados esta quarta-feira, em Bruxelas, pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, sigla em inglês). Os números foram avançados no encontro promovido pelo ECDC em colaboração com a Comissão Europeia para assinalar o décimo aniversário do Dia Europeu dos Antibióticos.

Ainda assim, Portugal continua a meio da tabela de 30 países europeus que reportam dados ao ECDC e mesmo abaixo da média europeia, tanto em número de doses diárias definidas como de embalagens por mil habitantes.

Mas o ECDC ressalva que Portugal comunica apenas dados sobre medicamentos vendidos em farmácias e comparticipados pelo Estado, ao contrário do que acontece com outros países. Em 2015, tinham sido dispensadas no país 2,14 embalagens por mil habitantes, uma tendência de crescimento que já vinha a notar-se desde 2014. No ano passado, a média cresceu um pouco mais — para 2,16 embalagens por mil habitantes.

Nos hospitais, o consumo de antibióticos está a descer há três anos, mas o grande problema em Portugal — já destacado em relatórios anteriores — é o recurso excessivo a antibióticos de muito largo espectro e fim de linha, como os carbapenemos, que são usados quando outros deixaram de funcionar porque as bactérias se tornaram multirresistentes. Aqui, continuamos em 2016 num desonroso lugar de vice-campeões, apenas suplantados pela Grécia.

Estes antibióticos são motivo de grande preocupação porque são fármacos de última linha para o tratamento de infecções com bactérias que se tornaram resistentes a vários medicamentos – como a Klebsiella pneumoniae, que em 2015 e 2016  provocou surtos que causaram mortes em hospitais.

Para os doentes, as alternativas que restam são antibióticos antigos, como a colistina, mais tóxicos.

A jornalista viajou a convite do Centro Europeu de Prevenção de Doenças (ECDC)

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