Capucho empenhado “à distância” em vitória de Rui Rio
Ex-militante do PSD responde às críticas que Pedro Santana Lopes lhe fez.
No seu primeiro discurso como candidato a líder do PSD em Santarém, no fim-de-semana passado, Pedro Santana Lopes não se esqueceu de criticar (sem nomear) os que, num ou noutro momento, se afastaram do partido. Personalidades como Pacheco Pereira, Rui Rio ou António Capucho foram acusadas de “patrocinar outros movimentos” e ofuscar a liderança de Pedro Passos Coelho. Em reacção, António Capucho recorda ao PÚBLICO que, ao contrário de Pacheco Pereira, de Rui Rio ou de si próprio, Santana chegou mesmo a falar em fundar um partido diferente do PSD. “Ele quis criar um partido liberal e afastar-se, de facto, do PSD”.
Para Capucho, “é caricato ouvir Santana dizer que quer unir o partido, quando na verdade começou logo a criticar o adversário e os apoiantes do adversário”.
O ex-autarca de Cascais, que foi expulso do PSD por ter apoiado o candidato independente Marco Almeida à Câmara de Sintra em 2013 (este ano, o PSD recuou e apoiou Marco Almeida) concorda que Rio não deve aceitar fazer debates a dois em cada uma das distritais do partido. “Com alguém com as características de Santana Lopes, e que começou a atacar de forma baixa, Rio estaria a prestar-se a um circo ambulante”, reconhece.
Por já não ser militante do PSD, António Capucho não vai votar nas eleições directas de 13 de Janeiro de 2018, mas isso não significa que não esteja a fazer campanha por Rui Rio. “Estou empenhado à distância na sua vitória. Recomendo às pessoas que já não acreditam nisto que se mantenham no partido e votem em Rui Rio, para terem um PSD renovado”, assume.
Depois das eleições, logo se vê se regressa. “Admito voltar, se o partido for diferente, quer nas pessoas quer nas políticas”, diz António Capucho ao PÚBLICO.