Quando Rui Maria Pêgo era pequeno, era mais pequeno que todos os outros, era tão pequeno que os colegas perguntavam-lhe porque andava de bibe se já estava no secundário. Mas o apresentador transformou essa fraqueza numa força: é invencível na dança do limbo. O bullying – a violência física ou psicológica sistemática – existe, assim como o cyberbullying, e devido à estreia da série The Gifted, a Fox convidou Rui Maria Pêgo para uma campanha que procura não só promover a série, mas também ajudar os mais novos e fazê-los acreditar que não tem mal ser diferente e que essa diferença pode ser um poder.
“Sempre fui diferente. Cresci num meio elitista, fechado e com pouco aceitação pela diferença. A partir do momento em que se chama a atenção, pode suscitar desconforto”, conta o animador, lembrando que a determinada altura da sua adolescência teve excesso de peso. “Tinha vergonha, tive um conflito interno porque todos queremos pertencer a um grupo. A grande viragem dá-se quando percebemos que não temos de fazer parte de nada”, acrescenta. E este é o conselho que dá aos mais novos (e também aos mais velhos), reconhecendo que “não é fácil”, mas é possível.
A frase-chave da campanha que acompanha a série é “A diferença não é um problema, é um poder”. Logo no primeiro episódio de The Gifted, um dos protagonistas sofre de bullying e consegue dar a volta à situação com os seus poderes – esta é uma série de acção, “localizada na esfera cinematográfica dos X-Men, do universo Marvel”, onde mutantes são alvos de perseguição porque são diferentes, escreve a Fox em comunicado.
Na vida real não há poderes do universo Marvel que valham às vítimas de bullying, mas existe a possibilidade de assumir a sua diferença como um poder, acredita Rui Maria Pêgo. O primeiro passo é “gostar de nós”. “Eu sei que soa a postal da Hallmark, mas só depende de nós”, reforça o apresentador, que reconhece que “é um processo que demora uma vida”. “A maneira mais eficaz é sermos nós mesmos” e, de repente, “estamos a atrair pessoas que são como nós e que não fazem parte do status quo”.
Rui Maria Pêgo faz questão de declarar que aceitou o convite porque “sempre” foi diferente e porque toda a vida procurou o seu lugar para se integrar – tal como muitas das personagens da série que estreia na terça-feira, 3 de Outubro. Além disso jamais o faria se não se identificasse com a série.
Além de ser invencível a dançar, Rui Maria Pêgo tem outros poderes que serão partilhados nesta mesma campanha, que vai passar na televisão e nas plataformas digitais, nos próximos tempos. Horas antes da estreia, na terça-feira, o animador de rádio vai participar numa sessão live no Facebook da Fox, para que os espectadores possam partilhar os seus poderes, estando disponível para responder a perguntas. Outros dois influencers digitais, as youtubers Owhana e Peperan, também foram convidadas para falar sobre o bullying e a nova série nos seus canais, avança a empresa no seu comunicado.
"A minha diferença fez de mim um alvo e a campanha tem a ver com isso, a resposta pode estar no ter um poder", diz Rui Maria Pêgo, que levanta o véu sobre os seus outros poderes: fazer poker face, a telecinesia e o freeze. Descubra-os nos próximos dias.