O Panorâmico de Monsanto reabriu. Já não é restaurante mas faz jus ao nome: é um miradouro

O antigo restaurante panorâmico de Monsanto alberga as novas vistas de Lisboa. A entrada é gratuita e pode ser feita todos os dias, das 9h às 19h.

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PEDRO CUNHA
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Há quem diga que é a melhor vista que Lisboa. Está no topo do Parque Florestal de Monsanto e tem uma vista de 360º sobre a cidade. O antigo restaurante panorâmico de Monsanto reabriu no início do mês para ser um miradouro, 16 anos depois de ter sido votado ao abandono. Das 9h às 19h, de segunda a domingo, a entrada é gratuita. 

O edifício, que pertence à câmara de Lisboa, esteve a ser preparado nos últimos meses para abrir ao público em condições de segurança: o entulho e as estruturas metálicas partidas foram removidos, foram emparedadas algumas zonas e colocados gradeamentos. Segundo avançou a Rádio Renascença, há também uma área de estacionamento no interior. 

É mais uma vida das várias que o histórico edifício já teve desde que foi construído pela câmara em 1968. Já foi um restaurante, uma discoteca, uma sala para jogar bingo, um espaço de escritórios e até um armazém de materiais de construção. 

O edifício de sete mil metros quadrados foi projectado pelo arquitecto Chaves da Costa e é adornado com os painéis cerâmicos de Manuela Madureira, que compõem a singularidade do espaço. Mas, em 2001 acabou por fechar e por ficar à mercê da passagem do tempo e da mão humana que o foi danificando e cobrindo muitas dessas obras de artes com graffitis. Muitas das suas estruturas foram partidas o que exigiu um trabalho de reabilitação para que o espaço pudesse ser aberto novamente. 

Desde o início do século, e apesar da recuperação do antigo restaurante ter estado na agenda política do município, as ideias e os projectos não chegaram a sair do papel. 

Agora, que o Panorâmico de Monsanto é um miradouro, o futuro do espaço deverá ser decidido por um concurso de ideias que será lançado pela câmara de Lisboa. A proposta foi avançada pelo presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, na Assembleia Municipal de 11 de Julho. Já a recuperação do edifício ficará para um próximo mandato. 

Segundo informação recolhida pela Rádio Renascença, já em 2005 a autarquia falava de um projecto que previa alojar serviços da câmara municipal. Em Janeiro de 2009, José Sá Fernandes, vereador do Ambiente Urbano e Espaços Verdes, anunciava que a câmara estava a estudar o problema que seria posto em discussão pública no início da Primavera desse ano. 

Em Dezembro de 2013, Manuel Salgado, que era à data vice-presidente da autarquia, falava da apresentação de um projecto ao Governo para a instalação de um Centro de Comando e Controlo Operacional.

Em Julho do ano passado, Sá Fernandes, agora com o pelouro da Estrutura Verde e Energia, voltava a avançar novas datas para a recuperação do restaurante, que acabariam por chegar um ano depois quando anunciou, em assembleia municipal, o que o velho restaurante ia ser aberto ao público, para funcionar como miradouro.

O renovado espaço vai ser um dos pontos de paragem de mais uma edição do Open House Lisboa, que vai decorrer no próximo fim-de-semana.    

Notícia corrigida às 13h30: O edifício não tem painéis de Querubim Lapa. A correcção foi sugerida pelo Centro de Estudos Querubim Lapa, que adiantou que o erro consta há mais de duas décadas em documentos da câmara de Lisboa e tem sido várias vezes replicado. 

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