Nações Unidas discutem em Lisboa como os idosos podem ser uma mais-valia
Ministro do Trabalho, Vieira da Silva, tem a expectativa de que a conferência desta semana Lisboa sirva para dar mais visibilidade ao tema do envelhecimento.
A longevidade da população na Europa tem vindo a aumentar, mas a abordagem que se faz da questão continua a ser muito focada na resposta aos problemas que daí advêm. O desafio que a Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE, na singla inglesa) lança esta semana em Lisboa é precisamente discutir o potencial para a sociedade e para a economia do aumento da longevidade. Ao longo de dois dias, membros dos governos de mais de 35 países, especialistas e organizações não governamentais de meia centena de Estados reúnem-se no Centro de Congressos de Lisboa para discutir o problema e aprovar um documento com as prioridades para os próximo cinco anos.
“A minha expectativa é que na conferência tenham a capacidade de ter uma visão abrangente [sobre o envelhecimento]”, adiantou ao PÚBLICO o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, o membro do Governo responsável pela organização da conferência que terá lugar nos dias 21 e 22 de Setembro. “Espero que a Carta de Lisboa tenha a capacidade de ser muito clara do ponto de vista dos objectivos, mas que também possa ter a ambição de, no espaço internacional, dar mais visibilidade a este tema”, disse ainda numa entrevista que será publicada nesta quarta-feira, acrescentando que a agenda do envelhecimento deve ser uma prioridade internacional.
Estratégias para sensibilizar a sociedade
A conferência tem como ponto de partida o Plano de Acção Internacional de Madrid para o Envelhecimento, aprovado em Abril de 2002, e vai desenrolar-se em torno de três temas. O primeiro aborda as estratégias para sensibilizar a sociedade para o potencial dos idosos e do reconhecimento das suas competências; o segundo apresentará algumas estratégias bem-sucedidas que permitem aos idoso prolongar a sua vida activa e discutirá o impacto das inovações tecnológicas sobre o emprego dos mais velhos; e, finalmente, o terceiro vai abordar as políticas e medidas que permitam às pessoas ter um processo de envelhecimento “com dignidade”, reduzindo a necessidade de assistência e de cuidados na velhice.
No último dia da conferência, os ministros de mais de três dezenas de países aprovam a Carta de Lisboa. Este documento, defende o ministro do Trabalho, deverá conter algumas prioridades, em particular, a permanência dos idosos no mercado de trabalho, a transição mais suave do emprego para a inactividade, o combate ao isolamento e a participação das organizações não governamentais neste processo.