Xi afasta poderoso chefe partidário de uma das maiores cidades chinesas

Sun Zhengcai é membro do Politburo do Partido Comunista e era visto como uma das estrelas em ascensão na política chinesa. É suspeito de violações graves da disciplina partidária.

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Sun Zhengcai era líder do Partido Comunista em Chongqing Reuters/JASON LEE

Até há poucos dias, Sun Zhengcai era o líder do Partido Comunista em Chongqing, uma das maiores e mais vibrantes metrópoles chinesas. Era descrito como uma estrela em ascensão na rígida hierarquia da política chinesa. Mas tudo parece ter terminado abruptamente, após a sua demissão por suspeitas de ter violado as normas do partido único.

A queda em desgraça de Sun tem sido comparada à história de Bo Xilai, que também chegou a ser líder partidário de Chongqing e acabou por ser condenado em 2013 a prisão perpétua, acusado de corrupção e abuso de poder.

“Chongqing voltou a ser o centro do drama político cinco anos depois, embora a influência de Sun não possa ser comparada à de Bo naquela altura”, diz à Bloomberg o professor de ciência política na Universidade de Pequim, Zhang Jian.

Sun, de 53 anos, era o mais jovem entre os 25 membros do Politburo do PCC e muitos analistas viam como possível a sua entrada no Comité Permanente – o órgão partidário de sete elementos que é considerado a cúpula da cúpula do poder na China – durante o próximo Congresso Nacional, no Outono.

Segundo várias fontes governamentais, Sun é suspeito de “violações graves da disciplina partidária”, uma expressão vaga que pode indiciar corrupção, mas ainda não estará oficialmente sob investigação, escreve o South China Morning Post.

Sun já foi substituído na liderança regional do PCC por Chen Miner, considerado um “protegido” do Presidente, Xi Jinping. Chen era o responsável do departamento de propaganda da província de Zhejiang, no leste, quando Xi era o líder do partido local. Ao contrário de Chen, Sun era muito próximo do ex-primeiro-ministro, Wen Jiabao, e não de Xi.

As decisões são vistas como importantes manobras para que o Presidente chinês acentue o seu controlo sobre os principais centros do poder, a poucos meses do Congresso Nacional do PCC, que marca o fim do seu primeiro mandato de cinco anos. Xi lançou uma grande campanha anticorrupção que tem varrido as várias esferas do poder na China, mas que é também usada como arma para afastar potenciais adversários políticos.

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