Liberdade condicional para ex-dirigente chinês Bo Xilai devido a cancro

Bo Xilai cumpria desde 2013 uma pena de prisão perpétua por corrupção, fraude e abuso de poder. Era visto como um dos mais promissores políticos chineses dos últimos anos.

Foto
Bo Xilai foi considerado culpado de ter aceitado subornos no valor de 20,4 milhões de yuan Reuters/JASON LEE

Bo Xilai, ex-dirigente chinês condenado a prisão perpétua por corrupção, foi colocado em liberdade condicional devido a um cancro no fígado, informou esta terça-feira a Radio Free Asia.

Segundo a emissora, que cita fonte próxima da família, o cancro do ex-membro do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC) estará num estágio inicial e será tratável.

Bo Xilai, de 67 anos, foi condenado à prisão perpétua, em 2013, por corrupção, fraude e abuso de poder.

Foi considerado culpado de ter aceitado subornos no valor de 20,4 milhões de yuan (2,43 milhões de euros), incluindo uma vivenda em França, e de se ter apropriado de cinco milhões de yuan (595.000 euros) de fundos públicos.

O abuso de poder que lhe foi imputado está relacionado com a investigação em torno do homicídio de um empresário britânico em Chongqing, em Novembro de 2011, quando Bo era o líder do PCC na cidade.

A mulher, Gu Kailai, foi condenada à morte por esse homicídio, mas a pena acabou por ser comutada para prisão perpétua em 2015.

Bo Xilai chegou a ser um dos políticos mais populares da China e um forte candidato ao Comité Permanente do Politburo do PCC, a cúpula do poder.

Ex-ministro do Comércio e filho de um antigo vice-primeiro-ministro, Bo Xilai assumia-se como uma espécie de líder da chamada “nova esquerda”, promovia o revivalismo em torno da Revolução Cultural (1966-76) e criticava as crescentes desigualdades sociais.

A condenação de Bo a prisão perpétua foi a mais pesada sentença imposta a um ex-membro do Politburo do PCC em cerca de três décadas e foi considerada uma prova do prometido empenho da nova liderança chinesa em combater a corrupção.

Bo Xilai terá sido diagnosticado com cancro na prisão de Qincheng, em Pequim, e transferido para um hospital perto da cidade de Dalian, nordeste da China.