Manuel Valls deixa o PS e vai sentar-se no Parlamento com partido de Macron
Antigo primeiro-ministro põe fim a 37 anos de filiação e anuncia voto de confiança no governo de Édouard Philippe.
Agastado com as críticas de que foi alvo durante a campanha das eleições presidenciais, em que apoiou Emmanuel Macron, o antigo ministro Manuel Valls revelou nesta terça-feira que vai abandonar o Partido Socialista francês e integrar a bancada da República em Marcha no Parlamento.
"É uma página que se vira, uma parte da minha vida política que se fecha. Deixo o Partido Socialista... ou o Partido Socialista me deixa a mim", afirmou Valls, numa entrevista à emissora RTL.
"Em coerência, quero sentar-me no coração desta maioria", disse Manuel Valls, quando questionado sobre qual será a sua posição no Parlamento francês. "Apoiei Emmanuel Macron antes da primeira volta, o que me custou caro", lançou o ex-primeiro-ministro.
O grupo parlamentar da esmagadora maioria obtida pelo partido do Presidente Macron, A República em Marcha, nas recentes eleições legislativas votou de braço levantado para aceitar Valls como "deputado aparentado" à maioria, pelo que poderá sentar-se junto aos seus, diz o Le Monde.
Manuel Valls prometeu votar a favor da moção de confiança ao Executivo liderado por Édouard Philippe, a 4 e Julho, enquanto o PS pondera votar contra.
As críticas de Valls ao "seu" PS já vêm de longe e indiciavam que o "divórcio" estaria prestes a acontecer. Em Maio, Valls declarou: "Este PS está morto." E deu indicações de que quereria juntar-se a Macron.
Nesta terça-feira, dia da sessão inaugural da XV legislatura, deverão ficar definidos os grupos parlamentares. É já certo que serão em número recorde: pelo menos sete.