Saiu Alberto Caeiro, mas já está e correu bem
Durante a época de exames do ensino secundário, que se inicia nesta segunda-feira, dois alunos do 12.º ano vão relatar no PÚBLICO como são estes dias de provas. Hoje, Tiago Martins diz-nos como correu o exame de Português.
O que passou, passou. O primeiro exame de dois está concluído, e, penso, bem concluído. A chamada realizou-se às 9 horas e 10 minutos, sentámo-nos, éramos poucos, e aguardámos 15 minutos pela entrega da prova 639 [Português]. Foram os 15 minutos mais longos de sempre, cheios de ansiedade, já que não sabíamos, logicamente, o que nos esperava. Nesses minutos, foram-nos colocadas na mesa as folhas de resposta, onde tínhamos de colocar os nossos dados e os da prova. Estava um bom ambiente, porém não tive uma boa perspetiva da sala em que estava, visto que estava na primeira fila de várias com 3 mesas cada.
O Instituto de Avaliação Educativa quis, este ano, explorar a forma como os alunos encaram a poesia de Alberto Caeiro, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, diametralmente oposto a este, e como se expressam ao depararem com um poema simples, conciso e, até, belo. O poema XXXVI de O Guardador de Rebanhos foi o que apareceu na parte A do Grupo I da prova de Português. Era necessário referirmos como é realizada a criação poética, segundo o ponto de vista do sujeito poético, interpretar um verso que expressa a filosofia de vida deste heterónimo e, por fim, explicitar a relação que este estabelece com a natureza, bem como as sensações que dessa advêm.
Já na parte B aparece um texto de Vergílio Ferreira cujo tema central era a infância e a forma como este a perspetiva, sendo que as duas perguntas que nos apareceram eram ambas acerca desse lugar escuro e longínquo por ele invocado. Agora vem o Grupo II, grupo pelo qual iniciei a resolução da prova, com sete questões de escolha múltipla relativas a um texto e três de resposta curta, relacionadas com gramática. O texto era sobre a cultura científica, a forma como esta aparece no nosso quotidiano e a relação que o Homem tem com ela. Era um texto interessante e as questões simples, logo faço um apelo aos estudantes que, no futuro, realizarão esta prova, deverão começar a resolução do exame pelo Grupo II, já que é necessária atenção redobrada para as escolhas múltiplas, e nunca mais deverão regressão a esse grupo, a fim de não se baralharem com o que selecionaram, uma vez que podem mudar o que estava bem para mal.
Por fim, no Grupo III, como é habitual, tivemos de escrever um texto expositivo-argumentativo cujo tema era a forma como o Homem evoca o passado através da memória, um tema que, na minha ótica, foi muito interessante e deu prazer a escrever.
Após esta descrição, posso concluir que achei o exame relativamente simples e objetivo nas questões, sendo que para aqueles que, durante o ano, estudaram bastante, só poderia ter corrido bem.