Costa defende expulsão de eurodeputado do PS que chamou "cigana" a deputada
Líder do PS acusa Manuel dos Santos de "preconceitos racistas" e de ser "uma vergonha para o PS".
O secretário-geral do PS, António Costa, criticou nesta sexta-feira o eurodeputado socialista Manuel dos Santos, afirmando que se tornou "uma vergonha para o PS", e defendeu a sua expulsão do partido por "preconceitos racistas".
“Há muito que Manuel dos Santos desonra o seu passado. Hoje tornou-se uma vergonha para o PS. Espero que a Comissão Nacional de Jurisdição rapidamente nos liberte da companhia de quem partilha preconceitos racistas”, afirmou, numa declaração à agência Lusa.
Costa referia-se à queixa que Carlos César, presidente do partido, fará ao Conselho de Jurisdição do PS. Além de Carlos César, o PS/Porto, com quem Manuel dos Santos tem discordado nos últimos tempo, lhe retirou a confiança política. Perante o caso, os socialistas no Parlamento Europeu vão "analisar internamente" o que fazer ao eurodeputado socialista Manuel dos Santos na reunião da delegação no próximo dia 27 de Junho.
tudo começou porque esta sexta-feira, o eurodeputado socialista Manuel dos Santos chamou “cigana” à deputada do PS Luísa Salgueiro, “não só pelo aspecto", mas porque "paga os favores que recebe com votos alinhados com os centralistas", num tweet.
Em causa estava o facto de a deputada, eleita pelo distrito do Porto, ter votado, em maio, a favor da saudação à iniciativa de candidatar a cidade de Lisboa a receber a Agência Europeia do Medicamento. O socialista, também ele do Porto, acusou a deputada de votar com os "centralistas". As críticas e Manuel dos Santos a Luísa Salgueiro já vêm de trás e prendem-se com a escolha da deputada para encabeçar a lista do PS à Câmara de Matosinhos.
O PÚBLICO tentou falar com o eurodeputado, mas não foi possível. Contudo, Manuel dos Santos foi escrevendo vários tweets. Perante toda a polémica, o eurodeputado não se retractou e virou a agulha a acusar quem o criticou: “Afinal, há mesmo racismo em Portugal: chamar a alguém “cigano(a) é considerado um insulto e serve para construir narrativas”. Narrativas essas que ao acusarem-no de “pseudo-racismo” se tornaram mais “importantes” que a posição dos deputados em relação à AEM.