Seja qual for o desfecho das urnas, na sexta-feira haverá empresas de sondagens a dar voltas à cabeça para perceber o que correu mal. As últimas divulgadas antes da abertura das urnas não podiam ser mais díspares, com a diferença entre os conservadores e os trabalhistas a variar entre um ponto percentual (YouGov) e os 12 (ICM). Num sistema por círculos uninominais, onde os deputados são eleitos por maioria simples, estas diferenças tornam ainda mais imprevisível o equilíbrio final no Parlamento, com o Telegraph a admitir que os tories poderão eleger até 375 deputados (mais cem do que a soma dos restantes partidos) e o instituto YouGov a prever um governo conservador sem maioria absoluta.

Todas as análises concordam, porém, que um dos factores decisivos para o resultado será a participação, sobretudo dos eleitores mais jovens. Com os inquéritos de opinião a indicar que os conservadores lideram as intenções de voto em todas as classes, a grande divisão dos eleitores é etária, com os mais velhos a apoiarem maioritariamente o partido de May, ao passo que o Labour consegue quase dois terços das preferências dos mais jovens que, no entanto, têm taxas de participação tendencialmente mais baixas.