Número de alunos do ensino profissional está a descer

No conjunto do sistema de ensino há menos alunos e mais professores, mostram as estatísticas mais recentes do Ministério da Educação.

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Ensino profissional perdeu cerca de seis mil alunos PAULO RICCA

Até 2020, o Governo quer ter 50% dos alunos do ensino secundário nas vias profissionalizantes, mas o número de estudantes que optam pelos cursos profissionais está a diminuir. É o que mostram os últimos dados divulgados pela Direcção-Geral  de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).

Por comparação a 2014/2015, no ano lectivo passado a proporção de alunos nas vias profissionalizantes desceu de 42% para 40,3%. E antes, de 2013/2014 para 2014/2015, já tinha descido de 43% para 42%. A fasquia dos 50% nos cursos profissionais, frequente em muitos países europeus, já tinha sido apontada como uma meta pelo anterior Governo PSD/CDS.

Em termos absolutos, os cursos profissionais, de aprendizagem e vocacionais perderam em 2015/2016 cerca de seis mil alunos e o ensino regular, vocacionado para o acesso ao ensino superior, ganhou 2562.

No geral, contabilizando os diferentes tipos de ensino, o sistema perdeu no ano lectivo passado cerca de 37 mil alunos (só a pré-escolar escapou à tendência de quebra) e 2393 funcionários e ganhou dois mil professores.

Este saldo positivo no número de docentes deve-se sobretudo à redução expressiva do número de reformas antecipadas, e à entrada nos quadros de cerca de quatro mil contratados durante os quatro anos de mandato de Nuno Crato. Actualmente está em curso um novo concurso de vinculação extraordinária para a integração de 3019 docentes a contrato.

Comparando ensino público e privado, constata-se que este último ganhou em 2015/2016 2299 alunos e que o público perdeu 39.094. Estas estatísticas ainda não reflectem a redução de turmas com financiamento do Estado dos colégios com contratos de associação, que começou a ser aplicada este ano lectivo e que  levou  à transferência de milhares de alunos do ensino privado para o ensino público.

Em 2016/17 houve menos 410 turmas de colégios financiadas pelo Estado. No próximo ano lectivo serão extintos mais 268 apoios, o que segundo a Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo obrigará seis mil alunos a mudarem de escola.    

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