Gravações que podem comprometer Michel Temer foram divulgadas

Juiz do Supremo brasileiro levanta o sigilo da "delação premiada" da JBS. Presidente pedira para ouvir o registo.

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O juiz Edson Fachin Reuters

O juiz do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin levantou o sigilo da "delação premiada" dos responsáveis da empresa JBS, segundo o serviço noticioso Broadcast Político. As gravações já chegaram ao Palácio do Planalto e foram já divulgadas pela comunicação social brasileira.

A gravação de 38 minutos também chegou à Internet tendo já sido publicada no YouTube.

Aqui fica a transcrição da parte da conversa onde Temer aparenta autorizar a compra do silêncio de Cunha:

Joesley: Como o senhor está nessa situação do Eduardo (Cunha)?

Temer: O Eduardo resolveu me fustigar. Moro indeferiu 21 perguntas dele.

Joesley: Como você está com Henrique (Meirelles)?

Temer: Muito satisfeito, é um sujeito que conhece bem o assunto, trabalhador.

Joesley: Desde a última vez que nos vimos, eu vinha falando com o Geddel.

Joesley: E algumas vezes com o Padilha.

Joesley: Um dia eu falei para ele (Meirelles) que ele precisa de mexer na receita federal. Colocar um cara mais dinâmico (no lugar) do (Jorge) Rachid. Meirelles respondeu que não.

Joesley: Eu estou de bem com o Eduardo (Cunha). Fiz o máximo dentro do possível e zerei [liquidei] qualquer pendência daqui para ali.

Temer: Tem que manter isso.

Joesley: Ele [Cunha] foi firme, veio, cobrou. Eu acelerei o passo e tirei da frente.

Joesley: Tamo junto. O que o Sr. precisar de mim, viu, me fala.

A imprensa brasileira avançou, na quarta-feira à noite, que um dos donos da JBS, Joesley Batista, a ser investigado por corrupção, entregou à justiça, em troca de um acordo de imunidade (a "delação premiada"), uma gravação que diz comprometer o Presidente Michel Temer. Este terá aprovado um pagamento da empresa ao ex-presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, que está preso também por corrupção, para que este mantivesse o silêncio.

Temer, numa declaração ao país já esta quinta-feira, negou qualquer crime. O Presidente tinha pedido o acesso à gravação, mas o seu pedido não foi atentido.

O antigo Presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso defendeu que a gravação deve ser tornada pública rapidamente, em nome do bem do país.

O Broadcast Político dá conta do clima no Palácio do Planalto onde todos reconhecem que a situação do Presidente é "grave" e "delicada". Por isso, esperavam que a gravação fosse rapidamente tornada pública. Para que se prove, dizem as fontes deste serviço noticioso da agência noticiosa estatal, que Temer não apoiou qualquer acção que levasse Joesley Batista a dar dinheiro a Cunha - o que sossegaria os aliados do Governo, que já preparam uma debandada.

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