Aqueles que vestiram a camisola até ao jogo do título
Foram 28 os jogadores que o Benfica utilizou nesta caminhada até ao jogo deste sábado, no Estádio da Luz, frente ao Vitória de Guimarães e que, em caso de triunfo, pode render o título de campeão nacional de futebol. Fique a saber quem foram e a sua relevância.
Ederson
26 jogos; 2291 minutos; 12 golos sofridos
Começou a época no banco de suplentes ainda à procura da melhor condição física depois de uma lesão contraída no final da época passada e que o impediu de disputar a Copa América pela selecção do Brasil. Mas à sexta jornada, e apesar de uma exibição de encher o olho de Júlio César na ronda anterior, Rui Vitória deu-lhe as chaves da baliza benfiquista. Desde esse momento, apenas falhou uma jornada, por castigo, protagonizando várias exibições que valeram pontos. Foi um dos esteios do título e é um dos jogadores do plantel com maior valor de mercado.
Júlio César
7 jogos; 586 minutos; 4 golos sofridos
Aproveitou a deficiente condição física de Ederson, no início da época, para mostrar o seu valor. Foi titular nas primeiras cinco rondas e, em alguns jogos, foi decisivo. Mas, à excepção da primeira ronda, sofreu golos em todos os outros encontros. Perdeu o lugar na jornada seis, só voltando à baliza “encarnada” no campeonato quando o seu compatriota esteve indisponível. Mas o seu contributo para a equipa teve muito a ver com o facto de ser um dos mais experientes do plantel, juntamente com Luisão.
Nélson Semedo
30 jogos; 2692 minutos; 1 golos marcados
É um dos quase totalistas do Benfica esta época, tendo falhado apenas dois encontros. Nos restantes foi sempre titular e só num deles não cumpriu os 90 minutos. Regularidade é a imagem de marca de Nélson Semedo, um jogador com uma influência inquestionável na equipa, o que não deixa de ser surpreendente se pensarmos que esta é apenas a sua segunda época no plantel principal dos “encarnados”. E as boas exibições que tem protagonizado fizeram com que o seu nome voltasse a ser falado como possível transferência de Verão.
Luisão
27 jogos; 2248 minutos; 0 golos marcados
A sua qualidade chegou a ser questionada no início da temporada. Mas o jogador que há mais tempo veste a camisola “encarnada” (14 anos na Luz) e um dos “verdadeiros” tetracampeões provou que ainda podia dar muita coisa à equipa. Não teve um início de época fácil (lesionou-se logo na primeira jornada e voltaria a magoar-se, novamente, em pleno clássico com o FC Porto, no Dragão). Mas, desde então, o capitão foi um dos indiscutíveis no “onze”, sendo a extensão do treinador dentro de campo.
Lindelöf
31 jogos; 2790 minutos; 1 golos marcados
O herói de Alvalade. O defesa central sueco, ainda jovem para a posição que ocupa em campo (22 anos), tem apenas um golo apontado neste campeonato, mas que golo. Num livre, fez o empate na partida contra o Sporting, garantindo a liderança isolada aos benfiquistas numa altura da temporada em que o FC Porto ameaçava. Não foi muito regular ao longo da temporada, mas é bem provável que os rumores que deram como quase certa a sua transferência para o Manchester United no mercado de Inverno tenham tido a sua influência.
Lisandro
7 jogos; 587 minutos; 3 golos marcados
O defesa central marcou poucos golos, mas todos eles importantíssimos. Foi o autor do primeiro do Benfica neste campeonato, frente ao Tondela (0-2), do golo do triunfo da partida em Arouca (1-2) e do que valeu o empate no Dragão (1-1). Foi opção de Rui Vitória essencialmente no início da temporada (primeiros seis jogos), beneficiando do facto de Jardel e Luisão se encontrarem lesionados - aliás, o argentino substituiu o capitão “encarnado” logo na ronda inaugural, acontecendo o mesmo na jornada dez, no Dragão. Depois disso nunca mais foi opção na Liga.
Jardel
1 jogos; 90 minutos; 0 golos marcados
Uma lesão no primeiro e único jogo que fez a titular nesta época, logo à quarta jornada, em Arouca, deu cabo da temporada ao defesa central que, desde essa data, não foi mais do que suplente não utilizado em 13 ocasiões.
Grimaldo
13 jogos; 1163 minutos; 2 golos marcados
Uma lesão no final da partida com o Belenenses, no Restelo, à jornada 8, afastou-o dos relvados por um longo período - o defesa lateral esquerdo espanhol só regressaria a jogar na Liga na jornada 28. Mas o melhor que se pode dizer de Grimaldo é que sempre que jogou foi titular e alinhou os 90 minutos, o que atesta bem a forma como é valorizado por Rui Vitória.
Eliseu
11 jogos; 906 minutos; 0 golos marcados
Um dos dois únicos campeões europeus do plantel benfiquista (juntamente com Rafa) é daqueles jogadores que são garantia de fiabilidade. Rui Vitória recorreu ao quarto futebolista mais velho do plantel quando Grimaldo se lesionou e o defesa lateral esquerdo não desiludiu. Foi titular entre a jornada 20 e 27, período em que o Benfica registou seis triunfos consecutivos e dois empates (um deles no Dragão) e sofreu apenas dois golos em oito jogos.
Fejsa
24 jogos; 2078 minutos; 0 golos marcados
Indiscutível desde o início do campeonato, este internacional sérvio faz bem aquela função de ser a vanguarda da linha defensiva e a retaguarda da linha ofensiva. Nos jogos em que participou, o Benfica nunca sofreu mais do que dois golos e isso sucedeu apenas por uma ocasião). Mas Fejsa também tem algo que o caracteriza: a sua propensão para se lesionar. Nesta época, voltou a passar pelo departamento clínico e a sua ausência no “onze” notou-se. Regressou na ponta final da temporada e ajudou os “encarnados” a tornarem-se uma equipa mais equilibrada.
Samaris
16 jogos; 853 minutos; 0 golos marcados
Já na época passada tinha perdido o estatuto que chegou a ter no Benfica. Esta época foi sempre a segunda opção, excepção feita quando as lesões dos companheiros o empurraram para dentro de campo. Muito faltoso, foi quase sempre utilizado apenas como uma solução de recurso.
André Almeida
13 jogos; 945 minutos; 1 golos marcados
Será um dos “verdadeiros” tetracampeões em caso de triunfo do Benfica sobre o V. Guimarães, uma vez que está há quatro temporadas na Luz. Este polivalente jogador fez quase todas as posições no sector defensivo benfiquista, tendo sido um autêntico pronto-socorro nos momentos em que as lesões dizimaram boa parte do plantel. Entre o final do mês de Novembro e o termo do mês de Janeiro foi mesmo a primeira opção. Nem sempre é bem compreendido, mas nunca se deixou abater pelas adversidades.
Pizzi
32 jogos; 2757 minutos; 9 golos marcados
O “rei” das assistências do Benfica é um dos indiscutíveis de Rui Vitória. O número 21 dos “encarnados” é o único jogador do plantel a ter disputado como titular todos os encontros da I Liga até ao momento. O médio é o cérebro da equipa que, aliás, se ressentiu no período em que Pizzi atravessou uma quebra de rendimento. Mas, sempre que esteve no seu melhor, fosse numa ala ou na zona mais central do terreno, Pizzi desequilibrou, tendo sido decisivo em alguns jogos com os passes decisivos que realizou. Golos, apontou alguns (é o terceiro melhor marcador dos benfiquistas, só atrás de Mitroglou e Jonas), mas nenhum terá sido tão crucial como o que assinou no terreno do Feirense e que rendeu uma importante vitória pela margem mínima aos tricampeões.
Salvio
28 jogos; 1920 minutos; 4 golos marcados
O extremo argentino teve uma época estranha. Foi dos futebolistas mais utilizados por Rui Vitória ao longo da temporada, tanto no que diz respeito ao número de jogos como a minutos jogados, mas foram poucas as exibições que ficaram na memória. Golos ainda menos. Salvaram-se uma mão cheia de assistências, que acabariam por fazer a diferença em muitos jogos. Basta lembrar a última, para Jiménez, no jogo de Vila do Conde, com o Rio Ave, na passada jornada.
Zivkovic
14 jogos; 838 minutos; 0 golos marcados
O internacional sérvio é encarado como a próxima estrela a brilhar na Luz. Com 20 anos, esta foi a sua época de afirmação no Benfica, ainda que não de forma definitiva. Depois de um início de temporada discreto, com mais presença no banco do que no relvado, conquistou o seu lugar no “onze” a partir da jornada 18. Seguiram-se oito jogos consecutivos a titular, até que voltou a perder espaço. Ao seu virtuosismo técnico e à sua rapidez falta instinto goleador.
Carrillo
19 jogos; 503 minutos; 2 golos marcados
Foi a primeira época completa de Carrillo no Benfica, depois da polémica transferência de Alvalade para a Luz. Mas ainda não foi a época de afirmação do internacional peruano, que deambulou entre exibições frouxas e jogos bem conseguidos. Foi quase sempre suplente, mas também foi dos suplentes mais vezes utilizado ao longo da temporada.
Cervi
25 jogos; 1336 minutos; 1 golos marcados
Num plantel fustigado por lesões, o argentino passou ao lado do gabinete médico. Esteve disponível durante toda a época, o que poderia ter sido um bom trunfo para jogar e conquistar um lugar a titular. Mas a verdade é que Cervi não foi capaz de o fazer, alternando a titularidade com o estatuto de suplente utilizado. Apesar da garra e da boa técnica, não fez esquecer Gaitán.
Gonçalo Guedes
16 jogos; 1195 minutos; 2 golos marcados
Foi o motor do Benfica no início da temporada, quando Rui Vitória tinha o plantel dizimado com jogadores lesionados. Foi titular nas primeiras 15 jornadas do campeonato, tendo apontado dois golos. Mas mais do que os remates certeiros, foram as suas exibições que se destacaram, naquele que foi o seu período de maior fulgor desde que se estreou com a camisola do Benfica, na época de 2014-15. A consequência foi a sua contratação pelo PSG no mercado de Inverno.
Rafa
20 jogos; 1131 minutos; 2 golos marcados
Falta golo ao jogador português que protagonizou a transferência mais cara entre emblemas nacionais. Em Agosto do ano passado, o Benfica aceitou pagar ao Sp. Braga 16 milhões de euros pelo avançado. Mas, até ao momento, Rafa não foi capaz de se tornar indiscutível no plantel “encarnado”, ficando mais na retina os golos que falhou do que aqueles que assinou. Tem compensado em parte com alguns golos que tem dado a marcar.
Celis
3 jogos, 44 minutos; 0 golos marcados
Nas três partidas que fez com a camisola “encarnada” foi sempre suplente utilizado. O médio colombiano não convenceu na Luz e também não tem convencido em Guimarães, para onde foi por empréstimo no mercado de Inverno. Tem minutos em todos os jogos desde a 21 ronda, mas a última vez que foi titular no Vitória foi em meados de Março.
André Horta
9 jogos; 555 minutos; 1 golos marcados
É daqueles casos em que se pode dizer que começou bem mas foi perdendo gás. Fruto dos muitos lesionados com que o Benfica começou a época, o médio contratado ao V. Setúbal foi titular nas primeiras seis rondas. Depois só alinhou mais três vezes e sempre como suplente utilizado.
Filipe Augusto
16 jogos; 648 minutos; 2 golos marcados
Chegou ao Benfica no mercado de Inverno, vindo do Rio Ave. Desde essa altura, o médio tem sido presença regular no banco de suplentes “encarnado”, contando com algumas chamadas à equipa para ir ganhando “calo”.
Danilo
2 jogos, 36 minutos; 0 golos marcados
Se não contarmos com o minuto que jogou na partida com o Belenenses, este médio brasileiro, entretanto emprestado ao Standard Liège, foi suplente utilizado no derby com o Sporting, quando entrou para o lugar de Salvio na tentativa de segurar a vantagem de dois golos dos benfiquistas. Depois, não voltou sequer a ir para o banco.
Mitroglou
27 jogos; 2153 minutos; 15 golos marcados
O melhor marcador do Benfica neste campeonato teve a sua melhor época de sempre na Luz. O grego bateu o recorde pessoal de golos apontados numa temporada, com 26 remates certeiros em todas as competições. Mitroglou ultrapassou os 25 golos apontados na temporada transacta, a primeira ao serviço do Benfica, que até então já era a sua melhor de sempre. Na Liga, foram 15 os golos da sua autoria, com o mês de Fevereiro a ser de especial produtividade: seis golos em quatro jogos.
Jonas
18 jogos; 1244 minutos; 11 golos marcados
O melhor marcador do campeonato da temporada transacta teve uma época difícil desta vez. Muito afectado por lesões, jogou apenas pouco mais de metade dos encontros da Liga. Mesmo assim, é o segundo melhor goleador da equipa e bisou em três ocasiões. Sempre que joga, a sua influência na manobra ofensiva do Benfica é inquestionável e faz com Mitroglou uma dupla de avançados de respeito.
Jiménez
17 jogos; 657 minutos; 6 golos marcados
Com uma utilização muito mais irregular do que na temporada anterior, Jiménez viu o seu nome surgir muito cedo na lista de transferíveis durante o mercado de Inverno. Filipe Vieira chegou mesmo a vaticinar que o avançado mexicano (custou 22 milhões de euros) será a transferência mais cara do futebol português. Consequência disso ou não a verdade é que Jiménez não foi tão decisivo esta época como na anterior, mas voltou a ser o autor de golos fundamentais: os penáltis que valeram o empate caseiro frente ao V. Setúbal e o triunfo no Estoril e a finalização vitoriosa em Vila do Conde, contra o Rio Ave, há uma semana.
José Gomes
3 jogos; 21 minutos; 0 golos marcados
Apontado por muitos como um ponta-de-lança de excelência, o avançado de 18 anos, presença habitual na equipa B, mereceu a confiança de Rui Vitória no final do mês de Setembro, muito por culpa da onde de lesões que afectou o clube da águia. Fez poucos minutos no campeonato e ficou em branco.
Jovic
1 jogos; 9 minutos; 0 golos marcados
Rui Vitória recorreu ao avançado sérvio de 19 anos apenas por uma ocasião. Entrou em campo ao minuto 81, na visita do Benfica a Setúbal, numa das duas únicas derrotas dos “encarnados” esta época. Mas o jogador que esta época foi utilizado, acima de tudo, na equipa B, não foi capaz de impedir o desaire das “águias”.