A partir da próxima época, ver um jogo de futebol vai ser diferente. A Federação Portuguesa de Futebol anunciou que todos os 306 jogos do campeonato de futebol terão videoárbitro a auxiliar as decisões tomadas pelo juiz de campo.

Todos os custos (estimados em cerca de 2 mil euros por jogo) serão suportados pelo organismo, pelo menos nesta primeira temporada, uma vez que não era suposto entrar em vigor já em 2017/18 e porque estará ainda em fase de testes. O custo incluirá já o preço a pagar ao árbitro extra, detalha o Record.

Contas feitas, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) deverá gastar 600 mil euros por ano, o que obrigará a cortes noutros departamentos.

Até agora, em Portugal, os testes foram feitos em modo offline e com a equipa de videoárbitros e técnicos numa carrinha, no exterior de cada estádio, mas a FPF quer criar um centro na Cidade do Futebol. A medida implica um investimento inicial, mas deverá traduzir-se numa poupança ao longo do ano e em total tranquilidade para que a equipa possa fazer o seu trabalho, escreve o jornal desportivo.

A sala deverá ter 35 metros, vários ecrãs, com imagens em directo e em bruto que contará com imagens de câmaras adicionais só para uso do videoárbitro. No entanto, poderão existir locais onde se faça a partir de uma carrinha no exterior do recinto, uma vez que dependerá de todos os estádios estarem equipados com fibra óptica – um levantamento que ainda não feito.

A FPF acredita que esta tecnologia deverá reduzir as queixas, motivadas por críticas de dirigentes e treinadores ao trabalho dos árbitros, com uma eficácia maior do que um agravamento de penas.

Portugal torna-se assim, depois da liga holandesa, o segundo país na Europa a adoptar o videoárbitro para todos os jogos na próxima época. As ligas alemã e italiana preveem a adopção do videoárbitro apenas na época 2018/19.

De acordo com as indicações do International Football Association Board, o videoárbitro tem ordens para apenas intervir em situações que podem mudar o jogo, como golos, penáltis, vermelhos directos e identificação trocada de jogadores.

A introdução desta alteração irá alterar o treino e preparação dos juízes de campo. De acordo com o protocolo assinado entre a FPF e o International Football Association Board, devem ser utilizados árbitros que estejam na competição em causa ou que tenham um passado na categoria a que refere a partida, para que não sejam utilizados árbitros de escalões inferiores à Liga Nos. A aplicação do sistema deverá ainda conduzir ao desaparecimento da tecnologia da linha de golo.

Em Março de 2018 haverá uma avaliação dos resultados nos países onde foram feitos os testes por parte do International Football Association Board.

No próximo ano, o Mundial também se jogará com a introdução desta nova tecnologia, confirmou recentemente o líder da FIFA, Gianni Infantino.