Noivos expulsos de voo da United a caminho do casamento
Depois do caso das leggings, do passageiro agredido e até de um escorpião a bordo, há registo de um novo incidente.
As polémicas em torno da United Airlines parecem ter ganho estatuto de passageiro frequente. Nas últimas semanas, os voos da companhia aérea norte-americana têm sido recorrentemente notícia pelas piores razões. A mais recente tem um casal de noivos como protagonista, que alega ter sido expulso este sábado de um voo com destino à Costa Rica, onde se iria casar.
De acordo com o testemunho do casal, o caso ocorreu em Houston, no Texas, onde os dois passageiros foram removidos do interior do avião por um marshal, um agente da autoridade presente nos voos de companhias aéreas norte-americanas. No entanto, a United nega que tenham sido envolvidas autoridades, cita a Reuters, sem negar, não obstante, a expulsão do casal, Michael Hohl e Amber Maxwell.
O casal “tentou repetidamente sentar-se em lugares que não tinham comprado e não cumpriu as ordens da tripulação para que regressasse aos respectivos lugares”, alega a United Airlines num comunicado. “Foi-lhes pedido que abandonassem o avião e a situação complicou-se”, acrescenta o mesmo documento. A porta-voz da companhia aérea conta ainda que lhes foi oferecido um desconto num hotel para essa noite e o seu voo foi reagendado para a manhã de domingo.
A versão dos noivos é diferente. Michael Hohl e Amber Maxwell alegam que estaria um passageiro a dormir nos seus lugares quando embarcaram e que por isso se disponibilizaram para se sentarem noutro lugar da classe económica plus, mesmo que tivessem de pagar mais, o que lhes terá sido negado. Mudaram-se então para umas filas à frente – ainda em classe turística, na qual viajavam. “Achámos que não seria nada de extraordinário, não estávamos a tentar ir para a classe executiva”, contou Michael Hohl.
Das leggings ao escorpião
O caso dos noivos ganha maior destaque numa altura em que a companhia aérea continua a ver o nome envolvido em polémica atrás de polémica. Ainda em Março, duas raparigas foram impedidas de embarcar num voo da United Airlines no aeroporto de Denver por estarem a usar leggings. A situação foi denunciada nas redes sociais e a empresa justificou o incidente afirmando que, por serem familiares de um membro da tripulação e por viajarem com os descontos inerentes a essa condição, as duas raparigas estariam sujeitas ao código de indumentária da empresa.
Cerca de duas semanas depois, foi filmada e amplamente divulgada nas redes sociais a expulsão violenta de um passageiro depois de a tripulação constatar que precisava de transportar quatro funcionários, num voo que já estava cheio devido à política de overbooking. O passageiro acabou por ficar ferido, em consequência de ter sido retirado à força do lugar para o qual tinha comprado bilhete e de ter sido arrastado pelo corredor.
Dias mais tarde, soube-se que, naquele mesmo dia, um outro passageiro também tinha tido um voo menos tranquilo depois de ter sido picado por um escorpião que caiu do compartimento de bagagens da cabina. Richard Bell estava a almoçar enquanto viajava de Houston, no Texas, para Calgary, Canadá, quando o animal venenoso lhe caiu na cabeça, contou em declarações à CNN. Ao sentir que algo lhe tinha caído em cima, o passageiro mexeu no cabelo. O aracnídeo caiu para cima do tabuleiro da refeição e foi nesse momento que, ainda sem perceber bem o que se estava a passar, tentou pegar na cauda do animal e acabou por ser picado. O escorpião acabaria por ser apanhado por uma hospedeira, com o auxílio de um copo, e despejado na sanita do avião. Já o passageiro foi assistido por um médico quando o aparelho aterrou, mas não registou complicações de saúde. Bell e a sua acompanhante deverão agora ser compensados pelo incidente, mas ainda não foi revelado como.
Depois da controvérsia com a expulsão violenta que fez manchetes em todo o mundo, a empresa anunciou que iria alterar a política de overbooking e rever as condições de viagem dos membros da tripulação. As mudanças foram anunciadas este fim-de-semana, e a empresa garantiu que, de agora em diante, a tripulação iria deixar de voar nos lugares dos passageiros.
As acções da empresa chegaram a cair mais de 4% e circulou uma petição a pedir a demissão do CEO. Nas redes sociais, o apelo ao boicote foi um dos temas mais populares durante toda a semana.