Fillon constituído arguido por desvio de fundos públicos
Candidato às presidenciais francesas está a ser investigado por desvio de dinheiro público e apropriação indevida de fundos.
O Ministério Público francês confirmou esta terça-feira que François Fillon, candidato às presidenciais francesas, foi constituído arguido por suspeita de desvio de dinheiro público e apropriação indevida de fundos no âmbito do escândalo político que envolve o emprego “fictício” da sua mulher, Penelope Fillon.
O antigo primeiro-ministro seria ouvido pelas autoridades na quarta-feira, mas, numa decisão de última hora, a audiência foi antecipada para esta terça-feira.
O jornal francês Le Figaro avança que Fillon é acusado de "peculato, cumplicidade e ocultação de abuso de bens sociais e violação das obrigações de comunicação à Alta Autoridade sobre a transparência na vida pública".
A BBC relata que o candidato centro-direita é acusado de pagar centenas de milhares de euros à sua família por trabalhos que nunca terão sido realizados. Nomeadamente, estão em causa os empregos da sua esposa, contratada como sua assistente parlamentar mas que nunca cumpriu essa função, e dos filhos Marie e Charles, que foram pagos para realizarem tarefas enquanto advogados, quando Fillon era senador, mas que não tinham qualificações para tal, de acordo com a BBC.
A notícia da investigação formal foi inicialmente avançada pelo semanário Le Canard Enchaîné - o mesmo que, em Janeiro, divulgou a história que dava conta das alegadas funções fictícias de assistente parlamentar exercidas pela mulher de Fillon - e foi quase de seguida confirmada oficialmente pelas autoridades.
De acordo com a lei francesa, a instauração de uma investigação formal significa que existem “provas graves ou consistentes” que apontam para o provável envolvimento de um suspeito de um crime.
François Fillon, que nega as acusações e afirma estar a ser vítima de uma “caça ao homem”, tinha afirmado publicamente que desistiria da candidatura ao Eliseu caso fosse indiciado pelo escândalo sobre o emprego da mulher, mas acabou por não desistir mesmo depois de ter sido aberta uma investigação formal.
De acordo com a legislação francesa, a investigação será suspensa durante o mandato presidencial, caso Fillon vença as eleições.