Os desafios de Paulo Macedo na CGD
São muitas as tarefas do próximo presidente da Caixa. Aqui ficam as mais prioritárias.
Formar equipa que convença o BCE
Depois de aceitar o desafio do Governo, Paulo Macedo e Rui Vilar terão agora de formar uma equipa que convença o BCE. Para que tal aconteça, a primeira condição já está cumprida: haverá um Conselho de Administração (não executivo), liderado por Rui Vilar, e uma equipa executiva, liderada por Paulo Macedo. A partir daqui, e tendo em conta o processo que levou à nomeação da actual equipa liderada por António Domingues, Paulo Macedo e Rui Vilar deverão procurar construir uma nova equipa com maior equilíbrio entre homens e mulheres, sendo que o BCE já sinalizou que, pelo menos, 30% da equipa deverá ser composta por mulheres. Para escolher os elementos da equipa terá que se ter ainda em conta o facto de acumularem, ou não, cargos noutras entidades. Não é impossível que tal aconteça, mas o BCE já chumbou nomes por excesso de cargos acumulados.
Apresentar contas de 2016
Se tudo correr como previsto, Paulo Macedo e Rui Vilar assumirão os novos cargos na CGD em Janeiro. Será já sob a sua gestão que as contas de 2016 serão aprovadas. Isto apesar de nada terem a ver com as mesmas. A dúvida é saber se ainda terão capacidade para as influenciar, designadamente as imparidades que serão constituídas.
Aplicar plano de recapitalização
A Caixa já tem definido e aprovado pela Comissão Europeia um plano de recapitalização em várias fases e que a ser totalmente concretizado fará entrar no banco mais de 5.160 milhões de euros. A dúvida é saber se Paulo Macedo e Rui Vilar têm vontade e espaço para mudar algo desse plano.
A primeira parte deverá ser concretizado ainda este mês, antes de Paulo Macedo e Rui Vilar assumirem funções: a transferência de 500 milhões de euros em acções da ParCaixa e a transformação em capital de 960 milhões de euros de obrigações de capital contingente, as denominadas CoCo’s.
Depois disso, já em 2017 e já sob a liderança de Paulo Macedo, entrar-se-á na parte mais crítica da recapitalização. A Caixa terá de ir ao mercado arranjar 1000 milhões de euros, através de uma emissão de instrumentos de dívida destinada a privados. Só depois de concretizada essa emissão é que o Estado poderá proceder a um aumento de capital de 2700 milhões de euros.
Aplicar plano de reestruturação
Em simultâneo com o processo de recapitalização, a futura equipa da Caixa terá ainda de aplicar o plano de reestruturação deixado por António Domingues. Mais uma vez não se sabe se há vontade e margem para que Paulo Macedo altere este plano. Apesar de não se saberem pormenores sobre o plano em si, sabe-se que passará por rescisões amigáveis que poderão atingir 2500 funcionários do banco público e pelo encerramento de balcões.