Passos diz que há um "desvio muito razoável" na execução do Orçamento
O presidente do PSD acredita que o Governo vai ter dificuldades em cumprir as metas deste ano e que para que isso aconteça vai ter de cativar mais verbas orçamentais.
O líder do PSD destacou hoje que os dados sobre o Orçamento do Estado para 2017 que estavam em falta revelam um "desvio muito razoável" do lado da receita do Estado, considerando que o executivo errou nas previsões.
"Essa informação [os mapas que o Governo enviou ao Parlamento na sexta-feira], quando comparada com aquela que era disponibilizada na proposta de Orçamento do Estado, deixa bem visível a dificuldade que o Governo vai ter em cumprir o seu Orçamento este ano e em ter a base de partida para 2017 que inicialmente tinha apontado", afirmou.
Pedro Passos Coelho referia-se aos mapas em falta no Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), que o executivo enntregou ao Parlamento na passada sexta-feira, a pedido do PSD e do CDS-PP.
Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com a direcção da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), Lisboa, Passos Coelho frisou que os dados quantitativos disponibilizados mostram "um desvio muito razoável do lado da receita do Estado" que é "muito superior àquela que estava implícita no Orçamento que foi apresentado".
"E já sabemos que o Governo vai sacrificar, como até aqui, do lado da despesa, sobretudo a aquisição de bens e serviços do Estado, bem como o investimento público para garantir que o objectivo da meta do défice será alcançado", disse.
Este caminho, disse, "em si mesmo é bom no sentido em que o Governo está muito comprometido em alcançar as metas do défice e isso é bom para o país", mas, por outro lado, mostra que o executivo "errou completamente na previsão que fez quanto ao que seria a estratégia do Orçamento para o ano corrente".
"E isso é um indicador preocupante, porque essa estratégia mantém-se para o próximo ano", acrescentou.
As declarações do presidente do PSD são feitas dois dias antes de nova audição do ministro das Finanças no Parlamento. Mário Centeno vai voltar à Comissão de Orçamento e Finanças para explicar estes dados já na próxima quarta-feira de manhã.