Katinka Hosszú destruiu um recorde do mundo
Nadadora húngara tirou mais de dois segundos à melhor marca dos 400m estilos.
Após 12 anos a fazer parte da festa sem levar nada para casa, Katinka Hosszú fartou-se de participar e decidiu arrasar. Na piscina dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a nadadora húngara fez uma demonstração de força bastante eloquente, traduzida num novo recorde mundial nos 400m estilos. Hosszú exibiu-se num nível superlativo, sempre à frente dos parciais do recorde mundial (e muito à frente das adversárias), conquistando a primeira medalha olímpica na sua quarta participação.
A nadadora a quem chamam “Dama de ferro”, considerada das mais completas da natação mundial na actualidade, mostrou como se destrói um recorde do mundo: tirou mais de dois segundos ao recorde mundial, embora tenha chegado a nadar com mais de cinco segundos de avanço relativamente à marca anterior, que pertencia à chinesa Ye Shiwen desde Londres 2012 – conquistado na final da prova, em que húngara foi quarta classificada.
A história foi diferente no Rio 2016 porque Hosszú foi simplesmente esmagadora: liderou desde a mariposa, consolidou a vantagem nas costas, controlou em bruços e garantiu que o recorde não fugia nos 100 metros livres. Com um tempo final de 4m26,36s, impôs-se à norte-americana Maya Dirado e à espanhola Mireia Belmonte García. E aguçou a curiosidade de quem quer ver o que a húngara fará no resto das provas em que vai participar – 100m costas, 200m estilos, 200m mariposa e 200m costas.
Não foi o único recorde mundial a ser batido na sessão nocturna de sábado no Rio de Janeiro. Na prova feminina de estafeta 4x100m livres, as australianas melhoraram a marca que já lhes pertencia: Cate Campbell “voou” no derradeiro segmento, com 51,97, para confirmar o novo recorde em 3m30,65s. Antes, a sua irmã tinha adiantado a Austrália, assumindo a liderança da prova e destronando os EUA. As norte-americanas, com Katie Ledecky a nadar os 100 metros finais, ficaram-se pelo segundo lugar e o Canadá completou o pódio.
Tête-à-tête resolvido na piscina
Numa espécie de acerto de contas particular, o australiano Mack Horton impôs-se ao chinês Sun Yang na final dos 400m livres. Os dois nadadores tinham estado em destaque por causa das picardias mútuas – Sun terá atirado água a Morton durante um aquecimento e o australiano respondeu que não tinha tempo para “batoteiros”, referindo-se à suspensão por doping que o chinês cumpriu.
O duelo entre os dois durou praticamente até à parede e o chinês parecia estar na frente do australiano, mas Morton arrebatou a medalha de ouro com um tempo de 3m41,55s. Foi a segunda medalha de ouro para a natação australiana no primeiro dia de finais no Rio 2016 – há quatro anos, em Londres, a Austrália só levara um título para casa. O bronze ficou para o italiano Grabriele Detti.
A primeira medalha de ouro do Japão no Rio 2016 surgiu na prova dos 400m estilos, com Kosuke Hagino a chegar ao título que lhe fugiu em Londres (ficou-se pelo bronze). O japonês de 21 anos garantiu o primeiro lugar apesar da pressão do norte-americano Chase Kalisz no segmento final da prova. Outro japonês, Dalya Seto, completou o pódio.
O Estádio Aquático Olímpico também vibrou com as meias-finais dos 100m bruços, em que dois nadadores brasileiros garantiram um lugar na final. Felipe França e João Gomes obtiveram o sexto e sétimo melhores tempos, com o mais rápido a ser o britânico Adam Peaty – que já estabelecera um novo recorde mundial da prova nas eliminatórias.
Na primeira das meias-finais dos 100m mariposa femininos, a campeã olímpica em título, Dana Vollmer, foi segunda com 57,06s, atrás da japonesa Rikako Ikee (57,05s). Sarah Sjostrom, campeã mundial em 2015, impôs-se na segunda meia-final com 55,84s (novo recorde olímpico), seguida pela australiana Emma McKeon (56,81s).