Pinturas de Van Gogh e de Monet apreendidas na Suíça
Três quadros integravam os activos de um fundo estatal da Malásia, que também serviu para produzir o filme O Lobo de Wall Street.
Dois quadros de Claude Monet e um de Vincent van Gogh foram apreendidos esta quinta-feira por autoridades judiciais suíças na sequência de uma investigação pedida pelos Estados Unidos ao fundo malaio 1MDB, no valor de mil milhões de dólares (mais de 900 milhões de euros). As obras em causa – noticiou sexta-feira a Agência France Press (AFP), citando uma reportagem do jornal suíço Luzerner Zeitung – são La maison de Vincent à Arles (1888), de Van Gogh; e Saint-Georges majeur e Nymphéas avec reflets de hautes herbes, de Monet.
Em declaração à AFP, uma porta-voz do Tribunal Federal de Justiça suíço, Ingrid Reyser, confirmou a apreensão das três pinturas e acrescentou que “a operação está concluída”, mas não avançou qualquer informação sobre o local do confisco, nem sobre o valor das obras.
Segundo o site da Christie’s, contudo, a pintura de Van Gogh fora vendida num leilão em Nova Iorque, em Novembro de 2013, por um valor próximo dos 5,5 milhões de dólares (quase 5 milhões de euros).
A investigação das autoridades suíças veio acrescentar-se a acções idênticas dos Estados Unidos e também de Singapura, respondendo a queixas de que “o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, familiares seus e colaboradores próximos se apoderaram de enormes quantias de dinheiros públicos” e os aplicaram no fundo 1MDB – refere a AFP.
Além da compra das três pinturas citadas, o dinheiro terá também servido para a compra de uma propriedade em Beverly Hills, na Califórnia; e ainda para financiar a produção do filme de Martin Scorsese, O Lobo de Wall Street (2013), protagonizado por Leonardo DiCaprio, e de que Riza Aziz, enteado do primeiro-ministro malaio, foi também co-produtor.
Tanto Najib Razak como os responsáveis pelo fundo 1MDB negaram as acusações, atribuindo-as a ataques políticos da oposição no país.