Em 1976, Eanes era o “herói do povo”

Havia quatro candidatos ao cargo de Presidente da República

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Ramalho Eanes em 1983, com Mário Soares, ainda Presidente Luís Vasconcelos/Arquivo

Nas eleições que Eanes venceu, a 27 de Junho de 1976, e que fizeram dele o Presidente da República eleito com mais votos numa primeira eleição – 2,9 milhões de eleitores –, havia mais três candidatos: Pinheiro de Azevedo, Octávio Pato e Otelo Saraiva de Carvalho.

O resultado do histórico já se fazia prever nas sondagens. A três dias do início da campanha, o semanário Expresso revelava um estudo de opinião em que 84% dos inquiridos afirmavam conhecer Ramalho Eanes e 33% pensavam votar nele, enquanto Pinheiro de Azevedo se ficava pelos 13% das intenções de voto, Otelo com 11% e Octávio Pato com apenas 3%.

A campanha de Eanes, “filho do canteiro” começou com uma acção na sua terra natal “em mangas de camisa”, entre beijos a “uma parente”. Nessa altura, Ramalho Eanes era descrito, no Jornal Novo, como “a personificação do herói do povo, aquele que, apesar das suas origens humildes luta para chegar ao poder com o objectivo de defender o seu povo”.

Todas as aspas são expressões retiradas do estudo “Eleições presidenciais de 1976: Análise do Discurso do Jornal Novo” de Pedro Marques Gomes, desenvolvido no âmbito do Seminário de Estudos Jornalísticos, do Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social. 

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