A senadora Elizabeth Warren afirmou estar disponível para ser a "número dois" de Hillary Clinton na candidatura à presidência dos Estados Unidos. 

Numa entrevista à filial do Massachusetts da NBC, foi-lhe foi perguntado directamente se seria uma boa candidata a vice-presidente - "Acredita que se fosse convidada faria um bom trabalho?; Warren respondeu "sim".

Elizabeth Warren, senadora pelo Massachusetts, é uma figura popular junto da ala mais progressista do Partido Democrata, de Clinton. Esta deverá ser nomeada candidata do partido às presidenciais de Novembro na convenção do partido, que se realiza entre 25 e 28 de Julho.

A senadora já declarou o seu apoio à candidatura de Clinton, que considerou "uma corajosa lutadora" capaz de afastar da Casa Branca Donald Trump, o provável candidato do Partido Republicano (a oficialização será também na convenção do partido, que se realiza também em Julho, de 18 a 21) às presidenciais.

"Estou pronta para entrar na luta e garantir que Hillary Clinton é a próxima Presidente e que Donald Trump nem se aproxima da Casa Branca", disse Warren noutra entrevista, esta ao Boston Globe. Trump, disse a senadora num discurso na semana passada, "é apenas um homem de negócios que herdou uma grande fortuna e que a mantém enganando as pessoas". Ao representante do Partido Republicano chamou de "barulhento, desagradável, fraude que só serve os seus próprios interesses" e "agressor racista".

Warren assumiu o seu apoio a Clinton publicamente pouco depois de o Presidente dos EUA, Barack Obama, também o ter feito. "Estou com ela", disse Obama através de um vídeo divulgado na quinta-feira mas gravado na terça. Foi na terça-feira que Clinton chegou ao número de delegados que lhe asseguram a nomeação democrata.  "Penso que nunca houve uma pessoa tão bem qualificada para este lugar", acrescentou.

Elizabeth Warren é uma das pessoas que a imprensa norte-americana tem na lista de possíveis candidatos a vice-presidente pelo Partido Democrata. O nome das segundas pessoas nas equipas candidatas deve ser revelado antes da realização das convenções. Se Hillary Clinton escolhesse Warren, seria a primeira vez que um grande partido se apresentava a eleição para a presidência com uma equipa totalmente feminina.

Os EUA tiveram a sua primeira mulher candidata há 144 anos

Ao Boston Globe, a senadora do Massachusetts também elogiou o adversário de Clinton nas primárias democratas, Bernie Sanders, que apesar de não ter conseguido eleger delegados suficientes para ser o escolhido do partido optou por não se afastar da corrida. Anunciou que se irá manter no processo de primárias até à convenção, mas também disse que fará o que for preciso para evitar que Trump chegue à Casa Branca. Warren disse que Sanders fez uma "campanha incrível" e "poderosa".

"Ele fez uma campanha emocional, uma campanha que colocou de facto os temas debaixo dos holofotes - e trouxe milhões de pessoas para o processo democrático", disse Warren.  Porém, advertiu, "foi Hillary quem ganhou" os delegados suficientes para ser candidata do partido. "E ganhou porque é uma lutadora, porque é dura. E acredito que é dela que precisamos". 

Warren, que foi professora de Direito na Universidade de Harvard, é considerada pelos analistas como uma boa candidata ao lugar de vice-presidente porque pode agregar à sua volta o apoio dos democratas mais à esquerda que não estão seguros sobre quererem dar o seu apoio a Clinton mas aderiram às propostas de Bernie Sanders.